Teto salarial do serviço público é de R$ 26,7 mil; Alckmin recebeu R$ 14.019,84 Militar recebeu mais de R$ 254 mil no mês; total inclui salário e
outros benefícios, como indenização e férias ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Apenas oito coronéis da Polícia Militar de São Paulo receberam juntos,
em junho deste ano, R$ 773,5 mil de pagamento do governo estadual,
entre salários e benefícios. Os vencimentos líquidos desses oficiais variaram de R$ 51.689,33 a R$
254.099,57. O valor pago a cada um deles ultrapassa o teto do serviço público, de
R$ 26,7 mil. Também supera o que o governador Geraldo Alckmin (PSDB)
recebeu no mês: R$ 14.019,84, com descontos. Um soldado em início de carreira na capital ganha, em média, R$ 2.530 por mês. Há uma semana, por causa da lei de transparência assinada em maio pela
presidente Dilma Rousseff (PT), a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) passou
a divulgar no Portal da Transparência Estadual
(www.transparencia.sp.gov.br) os vencimentos dos servidores do Estado. Os valores pagos em junho podem incluir benefícios como férias,
adiantamento do 13º salário e indenizações, "além de benefícios
acumulados ao longo de uma carreira", diz nota da secretaria. Salários acima do teto, de acordo com o governo, só são pagos por
ordem judicial. O policial mais bem pago em junho foi o coronel da PM Ailton Araújo
Brandão, que recebeu R$ 254.099,57. A Secretaria da Segurança Pública
não explicou como foi possível chegar a esse valor -o governador pediu
que o caso do coronel fosse averiguado. No site, estão os salários de todos os servidores da área da Segurança
Pública, como os dos 166 delegados de classe especial da Polícia
Civil, o topo da carreira no Estado. Em junho, Oswaldo Arcas Filho foi o delegado de classe especial que
recebeu o maior vencimento líquido: R$ 20.609,39. A Folha tentou ouvir os dois policiais, mas a assessoria
da secretaria não atendeu a esse pedido. 'RISCO DESNECESSÁRIO' Para o delegado George Melão, presidente do Sindicato dos Delegados de
Polícia de São Paulo, a exposição dos salários dos policiais pelo
governo tem dois lados: "a comprovação da disparidade entre o que
recebem policiais militares e civis e a exposição desnecessária dos
servidores da segurança pública". A Associação dos Cabos e Soldados da PM afirmou que não ia comentar a
disparidade entre os salários pagos aos praças e aos oficiais por se
tratar de "assunto interno".
outros benefícios, como indenização e férias ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Apenas oito coronéis da Polícia Militar de São Paulo receberam juntos,
em junho deste ano, R$ 773,5 mil de pagamento do governo estadual,
entre salários e benefícios. Os vencimentos líquidos desses oficiais variaram de R$ 51.689,33 a R$
254.099,57. O valor pago a cada um deles ultrapassa o teto do serviço público, de
R$ 26,7 mil. Também supera o que o governador Geraldo Alckmin (PSDB)
recebeu no mês: R$ 14.019,84, com descontos. Um soldado em início de carreira na capital ganha, em média, R$ 2.530 por mês. Há uma semana, por causa da lei de transparência assinada em maio pela
presidente Dilma Rousseff (PT), a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) passou
a divulgar no Portal da Transparência Estadual
(www.transparencia.sp.gov.br) os vencimentos dos servidores do Estado. Os valores pagos em junho podem incluir benefícios como férias,
adiantamento do 13º salário e indenizações, "além de benefícios
acumulados ao longo de uma carreira", diz nota da secretaria. Salários acima do teto, de acordo com o governo, só são pagos por
ordem judicial. O policial mais bem pago em junho foi o coronel da PM Ailton Araújo
Brandão, que recebeu R$ 254.099,57. A Secretaria da Segurança Pública
não explicou como foi possível chegar a esse valor -o governador pediu
que o caso do coronel fosse averiguado. No site, estão os salários de todos os servidores da área da Segurança
Pública, como os dos 166 delegados de classe especial da Polícia
Civil, o topo da carreira no Estado. Em junho, Oswaldo Arcas Filho foi o delegado de classe especial que
recebeu o maior vencimento líquido: R$ 20.609,39. A Folha tentou ouvir os dois policiais, mas a assessoria
da secretaria não atendeu a esse pedido. 'RISCO DESNECESSÁRIO' Para o delegado George Melão, presidente do Sindicato dos Delegados de
Polícia de São Paulo, a exposição dos salários dos policiais pelo
governo tem dois lados: "a comprovação da disparidade entre o que
recebem policiais militares e civis e a exposição desnecessária dos
servidores da segurança pública". A Associação dos Cabos e Soldados da PM afirmou que não ia comentar a
disparidade entre os salários pagos aos praças e aos oficiais por se
tratar de "assunto interno".