quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A Conquista do Pão

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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Conquista do Pão

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Carlos Baqueiro

No final dos anos 1970, quando tive a oportunidade de conhecer o anarquismo, o primeiro livro que li foi  O Socialismo Libertário, de Mikhail Bakunin, encontrado na Biblioteca Central dos Barris, aqui de Salvador.

Logo depois, quando comecei a pesquisar um pouco mais sobre o movimento anarquista, com meus 20 anos, chegou às minhas mãos outro livro tão ou mais importante que o de Bakunin, era A Conquista do Pão, do "príncipe" anarquista Pietr Kropotkin. Uma edição produzida pela "Organização Simões", em 1953. Tenho um exemplar dessa edição aqui em casa, até hoje, retirada da divisão de livros quando do fim do saudoso Centro de Documentação e Pesquisa Anarquista (CDPA), em 1988.

É ali, naquele livro, que centenas, talvez milhares, de indivíduos angustiados com as desesperanças dos tempos modernos identificaram as palavras que procuravam. Logo no comecinho do seu texto, Kropotkin, estabelece o que para ele é de vital importância para o entendimento de nossa sociedade contemporânea, que teria condições materiais para atender a demanda de alimentos, por exemplo, de toda a humanidade, e mesmo assim podemos encontrar miseráveis a cada esquina, clamando por comida.
"Milhões de seres humanos trabalharam para criar esta civilização de que hoje nos glorificamos; outros milhões disseminados na superfície da terra trabalharam para a manter..... 
Mesmo o pensamento, mesmo a invenção são fatos coletivos nascidos do passado e do presente. Milhares de inventores mortos na miséria prepararam a invenção de cada uma dessas máquinas, em que o homem admira o seu gênio.....
Cada descoberta, cada progresso, cada aumento da riqueza da humanidade tem o seu princípio no conjunto do trabalho manual e cerebral do passado e do presente.....
Logo, com que direito poderia alguém apossar-se da menor parcela desse imenso patrimônio e dizer: 'isto é meu, e não vosso ?'"
Mas como ele mesmo vai delineando no livro, um grupo se apropriou da maior parte da riqueza que foi construída e mantida por todos, particularmente pelos trabalhadores. E é a partir dessas análises, incluídas avaliações das grandes economias da época, como a Inglaterra, que ele conclui já no capítulo nomeado de "O Bem Estar para Todos" :
"Mas para que o bem-estar seja uma realidade é necessário que esse imenso capital: cidades, casas, campos, oficinas, vias de comunicação, deixe de ser considerado propriedade privada de que o açambarcador dispõe a seu bel prazer. É preciso que tudo isso, obtido com tanto trabalho, se torne propriedade comum. É preciso uma EXPROPRIAÇÃO".
Todo o texto dele se torna relativamente atual, contanto que não nos furtemos de compreender todas as transformações tecnológicas e sociais ocorridas nos últimos 120 anos, desde quando Kropotkin escreveu aquelas palavras.

E é essa atualidade que serve de motivação para lermos as palavras daquele Revoltado Russo, que terminou sua vida numa casa de campo, exilado pelas lideranças do Golpe de Estado de Outubro de 1917.

A editora Achiamé tornou possível essa leitura, reeditando a edição de 1953, agora em 2011.

Quem quiser entender como Kropotkin imaginava uma Revolução nos finais do Sec. XIX, e deseje perceber como as coisas não mudaram tanto quanto possam aparentar, leia A Conquista do Pão.

O livro pode ser encontrado no site www.achiame.com, ou através do e-mail letralivre@gbl.com.br.


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Prá quem também se interessou pelo livro de Bakunin, ele já tá digitalizado:

 
eu me revolto,logo existo 
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Posted via email from franciscoripo

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