Por Marcelo Hailer* 12/11/2010 - 15:34 | ||
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terça-feira, 16 de novembro de 2010
Larte, materia A CAPA
escritor João Silvério Trevisan
É a ideologia de que "veado" é para matar, diz escritor
ELIANE TRINDADE
DE SÃO PAULO Militante dos diretos dos homossexuais, o escritor João Silvério
Trevisan, 66, credita os recorrentes episódios de homofobia a uma
ideologia de que "veado é para matar".
Folha - Como se explicam episódios recorrentes de homofobia em meio a
avanços de direitos dos homossexuais?
João Silvério Trevisan - Há um descompasso entre o que é prometido por
leis ou por políticas públicas e o que, de fato, acontece. Qual é a consequência?
Não por acaso, temos a maior parada gay do planeta, em São Paulo, e
convivemos com esse tipo de atitude de pessoas que se julgam impunes e
pensam: "veado" é para matar. É o subtexto.
Os homossexuais reagem?
Há uma profunda despolitização da sociedade homossexual quanto aos
seus direitos. A comunidade gay tem dificuldade para reagir. É
assustadora a maneira como as pessoas fogem, como se aceitassem que
merecem ser punidas por serem homossexuais. É um outro lado muito
triste dessas agressões. A reação está à altura daquilo que os
atacantes esperam: ou seja, que "veado" é "cagão".
ELIANE TRINDADE
DE SÃO PAULO Militante dos diretos dos homossexuais, o escritor João Silvério
Trevisan, 66, credita os recorrentes episódios de homofobia a uma
ideologia de que "veado é para matar".
Folha - Como se explicam episódios recorrentes de homofobia em meio a
avanços de direitos dos homossexuais?
João Silvério Trevisan - Há um descompasso entre o que é prometido por
leis ou por políticas públicas e o que, de fato, acontece. Qual é a consequência?
Não por acaso, temos a maior parada gay do planeta, em São Paulo, e
convivemos com esse tipo de atitude de pessoas que se julgam impunes e
pensam: "veado" é para matar. É o subtexto.
Os homossexuais reagem?
Há uma profunda despolitização da sociedade homossexual quanto aos
seus direitos. A comunidade gay tem dificuldade para reagir. É
assustadora a maneira como as pessoas fogem, como se aceitassem que
merecem ser punidas por serem homossexuais. É um outro lado muito
triste dessas agressões. A reação está à altura daquilo que os
atacantes esperam: ou seja, que "veado" é "cagão".
Acusados de agressão na Paulista são soltos
VIOLÊNCIA
Pouco depois das 6h30 de anteontem, três jovens foram espancados pelos
cinco rapazes em plena avenida Paulista. Uma das agressões, contra o
estudante de jornalismo Luís, 23, foi vista pelo radialista Wladimir,
37, que saía do trabalho. Os dois pediram para não ter os sobrenomes
revelados.
"Vi o grupo espancando um rapaz e chamei a polícia, que chegou rápido,
pois já tinha sido avisada de outra agressão", disse Wladimir. Segundo
a polícia, o mesmo grupo de jovens havia agredido minutos antes os
amigos Otávio Dib Partezani, 19, e Rodrigo Souza Ramos, 20.
A família de Luís diz que processará os agressores.
Outra agressão, ocorrida às 3h, contra o lavador de carros Gilberto
Andrade, 18, também é atribuída a eles. Os jovens, segundo o advogado,
negam essa agressão.
Um dos amigos do estudante de jornalismo Luís, que presenciou as
agressões, diz que os rapazes pareciam estar alcoolizados. O advogado
Machado nega e diz que a polícia não pediu nenhum teste toxicológico a
eles.
Pouco depois das 6h30 de anteontem, três jovens foram espancados pelos
cinco rapazes em plena avenida Paulista. Uma das agressões, contra o
estudante de jornalismo Luís, 23, foi vista pelo radialista Wladimir,
37, que saía do trabalho. Os dois pediram para não ter os sobrenomes
revelados.
"Vi o grupo espancando um rapaz e chamei a polícia, que chegou rápido,
pois já tinha sido avisada de outra agressão", disse Wladimir. Segundo
a polícia, o mesmo grupo de jovens havia agredido minutos antes os
amigos Otávio Dib Partezani, 19, e Rodrigo Souza Ramos, 20.
A família de Luís diz que processará os agressores.
Outra agressão, ocorrida às 3h, contra o lavador de carros Gilberto
Andrade, 18, também é atribuída a eles. Os jovens, segundo o advogado,
negam essa agressão.
Um dos amigos do estudante de jornalismo Luís, que presenciou as
agressões, diz que os rapazes pareciam estar alcoolizados. O advogado
Machado nega e diz que a polícia não pediu nenhum teste toxicológico a
eles.
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