Netinho de Paula usa empresas fantasmas para justificar gastos Vereador do PC do B paulista usou firmas com endereços fictícios em prestações de contas de despesas na CâmaraEm um dos endereços citados, funciona uma creche onde deveria haver uma empresa de material elétrico DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO O vereador Netinho de Paula (PC do B-SP) usou notas fiscais de empresas com endereços fantasmas para justificar os gastos de seu gabinete na Câmara Municipal.
Em uma das empresas citadas em sua prestação de contas, a "Paulo Sérgio Rodrigues de Souza EPP", a Folha encontrou uma creche.
Além dessa empresa, outras quatro listadas pelo parlamentar estão sob a mira do Ministério Público, que investiga o caso.
Segundo a investigação, essas cinco empresas contratadas pelo gabinete de Netinho entre 2009 e 2010 não existem nos endereços declarados à Junta Comercial.
Procurado, Netinho não deu explicações. Disse apenas que é contra o uso indevido da verba pública (leia texto abaixo).
Em dezembro de 2009, por exemplo, o vereador apresentou nota à Casa no valor de R$ 5,9 mil, referente a serviços prestados pela empresa "Paulo Sérgio Rodrigues".
No registro da Secretaria da Fazenda, trata-se de "comércio varejista de materiais elétricos" com sede na rua Antonio Florêncio dos Santos (zona leste). A reportagem esteve no local.
"A escola está há oito anos aqui. Sei que, antes disso, era uma residência", diz a dona da creche, Tatiana Mondim.
"Tenho registro na prefeitura, CNPJ, tudo direitinho. Nunca ouvi falar nessa empresa que está registrada no meu endereço. Nem carta chega aqui nesse nome."
Ainda segundo o registro da Junta Comercial, a empresa está inativa desde 2008. A nota apresentada pelo vereador é de dezembro de 2009.
Outro pagamento sob suspeita é para a PRS Informática. Só em dezembro de 2009, a empresa recebeu R$ 5,5 mil.
O endereço do estabelecimento na Junta Comercial -rua São Francisco do Mogiano, 14B- não existe.
A outra empresa é a Nilton de Souza Brandão Informática. Em 2010, Netinho apresentou nota de R$ 6,5 mil de gastos com a "criação de programa de informática".
No inquérito, o endereço na Junta Comercial é o de uma banca do Shopping Multibox -e o dono diz desconhecer a empresa citada.GASTOS
Um vereador paulistano pode gastar até R$ 184.725 anuais em despesas do mandato. Ele paga as contas, e é reembolsado pelo Legislativo mediante nota fiscal.
Na última sexta-feira, a Folha revelou que os gastos diretos dos vereadores de SP são maiores do que os dos deputados federais.
No ano passado, Netinho -que, após concorrer ao Senado pela chapa do PT, tem planos de disputar a Prefeitura de São Paulo em 2012 -utilizou R$ 147.009.
Os maiores gastos são com contratação de advogados (R$ 55.300).
A Promotoria já convocou representantes de outros dois estabelecimentos que originaram a investigação, em abril de 2010: a Mineral Comunicação e Imagem e a VSN Informática.
O promotor Marcelo Daneluzzi diz que a Mineral prestará esclarecimentos nesta semana. A empresa recebeu pelo menos R$ 12,5 mil do gabinete do vereador. Existe uma residência no endereço registrado na Junta.
A Promotoria também já acionou um representante da VSN Informática, que recebeu entre abril de 2009 e fevereiro de 2010 R$ 45 mil do gabinete do vereador.
DE SÃO PAULO O vereador Netinho de Paula (PC do B-SP) usou notas fiscais de empresas com endereços fantasmas para justificar os gastos de seu gabinete na Câmara Municipal.
Em uma das empresas citadas em sua prestação de contas, a "Paulo Sérgio Rodrigues de Souza EPP", a Folha encontrou uma creche.
Além dessa empresa, outras quatro listadas pelo parlamentar estão sob a mira do Ministério Público, que investiga o caso.
Segundo a investigação, essas cinco empresas contratadas pelo gabinete de Netinho entre 2009 e 2010 não existem nos endereços declarados à Junta Comercial.
Procurado, Netinho não deu explicações. Disse apenas que é contra o uso indevido da verba pública (leia texto abaixo).
Em dezembro de 2009, por exemplo, o vereador apresentou nota à Casa no valor de R$ 5,9 mil, referente a serviços prestados pela empresa "Paulo Sérgio Rodrigues".
No registro da Secretaria da Fazenda, trata-se de "comércio varejista de materiais elétricos" com sede na rua Antonio Florêncio dos Santos (zona leste). A reportagem esteve no local.
"A escola está há oito anos aqui. Sei que, antes disso, era uma residência", diz a dona da creche, Tatiana Mondim.
"Tenho registro na prefeitura, CNPJ, tudo direitinho. Nunca ouvi falar nessa empresa que está registrada no meu endereço. Nem carta chega aqui nesse nome."
Ainda segundo o registro da Junta Comercial, a empresa está inativa desde 2008. A nota apresentada pelo vereador é de dezembro de 2009.
Outro pagamento sob suspeita é para a PRS Informática. Só em dezembro de 2009, a empresa recebeu R$ 5,5 mil.
O endereço do estabelecimento na Junta Comercial -rua São Francisco do Mogiano, 14B- não existe.
A outra empresa é a Nilton de Souza Brandão Informática. Em 2010, Netinho apresentou nota de R$ 6,5 mil de gastos com a "criação de programa de informática".
No inquérito, o endereço na Junta Comercial é o de uma banca do Shopping Multibox -e o dono diz desconhecer a empresa citada.GASTOS
Um vereador paulistano pode gastar até R$ 184.725 anuais em despesas do mandato. Ele paga as contas, e é reembolsado pelo Legislativo mediante nota fiscal.
Na última sexta-feira, a Folha revelou que os gastos diretos dos vereadores de SP são maiores do que os dos deputados federais.
No ano passado, Netinho -que, após concorrer ao Senado pela chapa do PT, tem planos de disputar a Prefeitura de São Paulo em 2012 -utilizou R$ 147.009.
Os maiores gastos são com contratação de advogados (R$ 55.300).
A Promotoria já convocou representantes de outros dois estabelecimentos que originaram a investigação, em abril de 2010: a Mineral Comunicação e Imagem e a VSN Informática.
O promotor Marcelo Daneluzzi diz que a Mineral prestará esclarecimentos nesta semana. A empresa recebeu pelo menos R$ 12,5 mil do gabinete do vereador. Existe uma residência no endereço registrado na Junta.
A Promotoria também já acionou um representante da VSN Informática, que recebeu entre abril de 2009 e fevereiro de 2010 R$ 45 mil do gabinete do vereador.