segunda-feira, 11 de abril de 2011

Nota em repúdio à manifestação em apoio ao Deputado Federal Jair Bolsonaro

--------- Mensagem encaminhada ----------
De: Marina Knup <ser_y_sentir@yahoo.com.br>
Data: 11 de abril de 2011 11:05
Assunto: Enc: Nota em repúdio à manifestação em apoio ao Deputado Federal Jair Bolsonaro
Para: Marina <ser_y_sentir@yahoo.com.br>


 

Nota em repúdio à manifestação em apoio ao Deputado Federal Jair Bolsonaro

O Movimento Anarco Punk vem, por meio desta nota, expressar total repúdio ao ato realizado por grupos de extrema-direita esta manhã (09) no Vão Livre do MASP. Este manifesto busca ressaltar a relevância social de que analisemos essa tentativa de levante dos grupos direitistas e intolerantes que vêem, há anos, se organizando na cidade de São Paulo, no Brasil e em todo o mundo, buscando assim uma forma concreta de combate. Somos todos/as vítimas da intolerância.

O ato a favor do Deputado Federal Jair Bolsonaro foi organizado por sádicos direitistas que assumiram publicamente serem homofóbicos. São indivíduos que se organizam através de grupos paramilitares (denominados por eles como “extra-quartel”) que tem como prática ações de violência contra minorias étnicas, como negros/as, nordestinos/as e descendentes de imigrantes, além de toda comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, e Transgêneros).

Junto aos movimentos sociais, comparecemos ao Contra-Ato, organizado para demonstrar publicamente a não aceitação da sociedade de grupos com características militaristas, fascistas e violentas. Em quantidade numérica superior aos Fascistas pró-Bolsonaro, demonstramos que em uma cidade marcada pela presença do/a negro/a, pelo trabalho dos/as imigrantes (nordestinos/as, asiáticos/as, africanos/as e etc) e pela diversidade, ideais racistas, homofóbicos e intolerantes nunca serão aceitos.

Acrescentamos também, que as duas pessoas ‘detidas’ pela polícia, que faziam parte do contra-ato, foram encaminhados à delegacia pois estavam sem documento, não existindo acusações concretas contra as mesmas. Ao contrário dos pró-Bolsonaro que respondem a diversos processos por agressão, racismo, formação de quadrilha, entre outros.

Viemos a público denunciar que as organizações que convocaram o ato demonstraram que a intolerância é a bandeira que os une. Nunca uma manifestação pública organizada por esses grupos, conseguiu aglutinar as várias facções intolerantes de São Paulo, como Carecas do ABC, Carecas do Subúrbio, White Powers, Impacto Hooligan, Kombat RAC, skinheads, grupos da extrema direita nacionalista e integralista como Ultra Defesa e Resistência Nacionalista. Esses grupos são responsáveis por inúmeros crimes violentos, entre eles o assassinato do adestrador de cães, Edson Neris, em 2000, na Praça da República, da bomba jogada na Parada Gay de 2009, e dos dois meninos jogados do trem em movimento na estação Brás-Cubas, em Mogi das Cruzes, no dia 7 de Dezembro de 2003 - Cleyton morreu e Flávio teve um dos braços amputados. Esses grupos também são responsáveis por grande parte das inúmeras agressões a negros e homossexuais nos últimos meses nas regiões centrais da cidade de São Paulo, como também em Osasco e outras localidades.

Há que se combater o crescimento destes grupos de forma urgente e eficaz, ampliando o debate e as discussões entre os movimentos sociais e toda a sociedade! Seguimos lutando contra toda e qualquer forma de preconceito e discriminação pelo mundo. Não nos calaremos! Estamos a disposição da sociedade, dos movimentos sociais e da imprensa para apresentarmos as denúncias contra esses grupos e contra qualquer forma de discriminação.

Por um mundo onde caibam vários mundos! Pelo direito e o respeito a diferença!

Movimento AnarcoPunk de São Paulo

Contatos: map.sp@anarcopunk.org / Cx. Postal 1677 CEP 01031-970 / 70524406


 

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16/04, sábado , no CCS - conversação com Aline Bagetti

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Centro de Cultura Social

convida

16 de abril de 2011, 

sábado às 16:00h
"Como afirmar a vida e abrir passagens na linha que constitui um corpo em mulher"

com Aline Bagetti

 

 

Aline Bagetti - possui Graduação em Pedagogia, Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Doutoranda em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente as pesquisas e as intervenções estão relacionadas aos seguintes temas: mulher e cinema, micropolítica, processos de subjetivação, filosofia da diferença e devir-mulher; como possibilidades para pensar os processos de formação de educadoras e educadores. 

Compartilho algumas inquietações com o auxílio bibliográfico de Maria Lacerda de Moura (1887-1945) considerando a seguinte pergunta: como a mulher torna-se o que é? Na direção dessa pergunta trago para o debate cenas do filme O Enigma de Kaspar Hauser para por em movimento essa linha de constituição dura, formada pela pedagogia calcada na lógica do capitalismo da sociedade, que formou e educou algumas mulheres para a submissão, para a escravidão ao lar e para a disponibilidade em servir o que quer que seja de forma voluntária. Depois desta questão, torna-se interessante perguntar, se essa escravidão não tomou outras formas, como no caso a escravidão pelo salário e a reivindicação de direitos a partir de uma macropolítica constituída. Para isso, desejo movimentar o pensamento a respeito do dispositivo educacional que opera na sociedade e que aloca a mulher na casa ou prestando serviços nos prostíbulos. Dois lugares dados, que abrem espaço para que apareça uma noção que pretendo colocar em funcionamento no interior deste trabalho, a noção de mulherzinha. Escravidão ao lar e a da maternidade imposta junta-se a outra escravidão, a do salário. Para Maria Lacerda de Moura a mulher, sob o ponto de vista da lógica do capitalismo, é mais uma fonte de energia a ser explorada. Em contrapartida, problematizo o que não está dado para a mulher, para afirmar uma vontade e uma busca de viver o que não está posto. Escapar das classificações, como forma de recusa a uma política do pertencimento e da caridade, na lógica das macropolíticas. Abrir passagens para viver na perspectiva de um não-compactuar com discursos moralizantes e conservadores propiciados principalmente por profissionais especializados. Inventar-se. Apresentar outras idéias e práticas de vida experienciadas por Maria Lacerda de Moura como o amor plural, a maternidade consciente, a co-educação das crianças sem ter a pretensão de doutrinar ninguém. Pensar a noção de micropolítica como um novo tipo de relação que cria ligações móveis e não-localizáveis. Ativar um devir-mulher, em processo de subjetivação que não cabe num corpo constituído, tampouco num corpo biológico feminino.
 

Realização:

Centro de Cultura Social de São Paulo

Rua Gal. Jardim n.º 253 – sala 22 (metrô república)

www.ccssp.org

ccssp@ccssp.org

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