quinta-feira, 27 de maio de 2010

Centro de Cultura Social

JUNHO ABSURDO
(des)encontros anárquicos 
de literatura

FRANZ KAFKA

O Processo 


12/06, sábado as 20h
Leia o livro e traga uma bebida

"Há esperanças, só não para nós."

Franz Kafka

cinema & anarquia

13/06, domingo as 19h

“O Processo” dir. de Orson Welles (Alemanha/França/Itália, 1962)

Oficina Libertária 2010

“Foucault e o anarquismo”

IV) 16/06, quarta-feira as 19h:

Errico Malatesta e Michel Foucault sobre o fascismo


V) 26/06, sábado as 16h:

“Anarqueologia dos saberes”: apresentação e lançamento do livro Do governo dos vivos. Curso no Collège de France, 1979-1980 (excertos), de Michel Foucault (Editora Achiamé, Rio de Janeiro, trad. de Nildo Avelino). 

TEXTO

"A anarqueologia e a ortologia dos saberes trazem para discussão sobre a educação em geral, e em particular a educação universitária, um aspecto que tem ocupado a vontade de saber ocidental desde os gregos: o problema da força da verdade e sua pretensão de poder sobre os homens. (...) Que Foucault, um dos filósofos mais importantes do século XX, tenha intitulado o seu método investigativo de an-anarqueológico, significa certamente que já era possível encontrar no anarquismo, e eu diria especialmente no anarquismo de Proudhon, a disposição que considera os discursos que articulam o que pensamos, dizemos e fazemos com a mesma seriedade concedida aos eventos históricos."

Centro de Cultura Social

Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)

www.ccssp.org

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terça-feira, 25 de maio de 2010

Centro de Cultura Social

JUNHO ABSURDO
(des)encontros anárquicos 
de literatura

FRANZ KAFKA

O Processo 


12/06, sábado as 20h
Leia o livro e traga uma bebida

"Há esperanças, só não para nós."

Franz Kafka

cinema & anarquia

13/06, domingo as 19h

“O Processo” dir. de Orson Welles (Alemanha/França/Itália, 1962)

Oficina Libertária 2010

“Foucault e o anarquismo”

IV) 16/06, quarta-feira as 19h:

“Anarquismo e governamentalidade” ou uma concepção analítica do poder**

V) 26/06, sábado as 16h:

“Anarqueologia dos saberes”: apresentação e lançamento do livro Do governo dos vivos. Curso nao Collège de France, 1979-1980 (excertos), de Michel Foucault (Editora Achiamé, Rio de Janeiro, trad. de Nildo Avelino). 

TEXTO

"A anarqueologia e a ortologia dos saberes trazem para discussão sobre a educação em geral, e em particular a educação universitária, um aspecto que tem ocupado a vontade de saber ocidental desde os gregos: o problema da força da verdade e sua pretensão de poder sobre os homens. (...) Que Foucault, um dos filósofos mais importantes do século XX, tenha intitulado o seu método investigativo de an-anarqueológico, significa certamente que já era possível encontrar no anarquismo, e eu diria especialmente no anarquismo de Proudhon, a disposição que considera os discursos que articulam o que pensamos, dizemos e fazemos com a mesma seriedade concedida aos eventos históricos."

Centro de Cultura Social

Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)

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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Michel Foucault: anarqueologia e ortologia dos saberes

"A anarqueologia e a ortologia dos saberes trazem para discussão sobre a educação em geral, e em particular a educação universitária, um aspecto que tem ocupado a vontade de saber ocidental desde os gregos: o problema da força da verdade e sua pretensão de poder sobre os homens. (...) Que Foucault, um dos filósofos mais importantes do século XX, tenha intitulado o seu método investigativo de an-anarqueológico, significa certamente que já era possível encontrar no anarquismo, e eu diria especialmente no anarquismo de Proudhon, a disposição que considera os discursos que articulam o que pensamos, dizemos e fazemos com a mesma seriedade concedida aos eventos históricos."

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domingo, 23 de maio de 2010

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA E DA HOMOSSEXUALIDADE

Queridões e Queridonas!

Bailão, o belo curta – e já muito premiado! ( http://filmebailao.wordpress.com/) – que participei com depoimentos, terá sua pré-estréia em  São Paulo, no Espaço Unibanco Augusta e eu adoraria ter a presença de tod@s! Será no dia 27/05, quinta-feira, às 21:30 horas, entrada franca,  na Sala 4. Marcelo Caetano, esse lindo aí abaixo, é o talentoso  diretor e ele saiu percorrendo Sampa e traçando paralelos entre os sentimentos dos gays idosos entrevistados e a essência da cidade. Trata-se de preservação da memória da homossexualidade e de um novo olhar,em profundidade,  aos que ajudaram a construir a nossa história.Ele já havia dirigido um outro curta premiado “A Tal Guerreira” sobre a grande cantora já falecida, Clara Nunes. Para contar a história, o diretor acompanhou um grupo de umbandistas de Sorocaba, que cultua Clara com romarias anuais a seu túmulo. Eles também conservam um templo colorido em sua homenagem. Em paralelo, o vídeo acompanha uma travesti que incorpora a cantora em uma boate gay. O diálogo entre o Templo e a travesti é o fio condutor da produção.

Tive grande prazer em colaborar com o filme Bailão, contando das minhas experiências de vida, do início da militância no Grupo Somos, em 1978, mostrando os antigos (alguns que nem existem mais, tristemente…) lugares de frequência gay em Sampa, onde aconteciam as paqueras, as pegações e, por que não, o amor. Quantos relacionamentos que tive e presenciei começaram assim; sonhos e propostas de vida, queríamos revolucionar o mundo e, em parte, a gente se encantou e conseguiu, o arco-íris já é nosso mas não achamos ainda o pote de ouro. Revi pessoas que caminharam também nessa luta e também colaboraram com belos depoimentos, sobreviventes de umas época onde sonhar ainda era possível. O ápice do filme é uma festa na boate ABC BAILÃO, que fica na rua Marquês de Itú, aqui em Sampa, boate essa que acompanhou e ajudou a fazer toda essa caminhada, desde quando era chamada simplesmente de “HS”, uma abreviatura de “homo sapiens”

Neste triste país, infelizmente, a História é vilipendiada e a memória, além de não valorizada, é ainda estimulada para a queda no esquecimento. Isso no geral, imagine então o que ocorre com a Memória da Homossexualidade. Por isso, referenciais artísticas e criações como as de Marcelo Caetano são  imprescindíveis.  Levem a pipoca, seus olhares e corações para essa pré e depois me procurem. O Curta acaba de receber o Premio Cidadania, de melhor curta metragem, dado pela Associação da Parada – SP. Venham bailar com a gente!

RICARDO AGUIEIRAShttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkV3FP23qCPKLzVQROCvLfvBMQ4P4LiDthoKImcSJcdfG6IBURJnyTtVhcmUFMI7Xr_wZI44SH8KD-zRG1mHYHyuDXzOzFAJPKnefClzlhXtgdyoYs-1Tx8LT-LFTwQn9vQxPXf19fd82w/s320/Gays+idosos.jpg
http://dividindoatubaina.wordpress.com/







 

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A CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA E DA HOMOSSEXUALIDADE

por Ricardo Aguieiras:
Queridões e Queridonas!
Bailão, o belo curta – e já muito premiado! ( http://filmebailao.wordpress.com/) – que participei com depoimentos, terá sua pré-estréia em  São Paulo, no Espaço Unibanco Augusta e eu adoraria ter a presença de tod@s! Será no dia 27/05, quinta-feira, às 21:30 horas, entrada franca,  na Sala 4. Marcelo Caetano, esse lindo aí abaixo, é o talentoso  diretor e ele saiu percorrendo Sampa e traçando paralelos entre os sentimentos dos gays idosos entrevistados e a essência da cidade. Trata-se de preservação da memória da homossexualidade e de um novo olhar,em profundidade,  aos que ajudaram a construir a nossa história.Ele já havia dirigido um outro curta premiado “A Tal Guerreira” sobre a grande cantora já falecida, Clara Nunes. Para contar a história, o diretor acompanhou um grupo de umbandistas de Sorocaba, que cultua Clara com romarias anuais a seu túmulo. Eles também conservam um templo colorido em sua homenagem. Em paralelo, o vídeo acompanha uma travesti que incorpora a cantora em uma boate gay. O diálogo entre o Templo e a travesti é o fio condutor da produção.
Tive grande prazer em colaborar com o filme Bailão, contando das minhas experiências de vida, do início da militância no Grupo Somos, em 1978, mostrando os antigos (alguns que nem existem mais, tristemente…) lugares de frequência gay em Sampa, onde aconteciam as paqueras, as pegações e, por que não, o amor. Quantos relacionamentos que tive e presenciei começaram assim; sonhos e propostas de vida, queríamos revolucionar o mundo e, em parte, a gente se encantou e conseguiu, o arco-íris já é nosso mas não achamos ainda o pote de ouro. Revi pessoas que caminharam também nessa luta e também colaboraram com belos depoimentos, sobreviventes de umas época onde sonhar ainda era possível. O ápice do filme é uma festa na boate ABC BAILÃO, que fica na rua Marquês de Itú, aqui em Sampa, boate essa que acompanhou e ajudou a fazer toda essa caminhada, desde quando era chamada simplesmente de “HS”, uma abreviatura de “homo sapiens”
Neste triste país, infelizmente, a História é vilipendiada e a memória, além de não valorizada, é ainda estimulada para a queda no esquecimento. Isso no geral, imagine então o que ocorre com a Memória da Homossexualidade. Por isso, referenciais artísticas e criações como as de Marcelo Caetano são  imprescindíveis.  Levem a pipoca, seus olhares e corações para essa pré e depois me procurem. O Curta acaba de receber o Premio Cidadania, de melhor curta metragem, dado pela Associação da Parada – SP. Venham bailar com a gente!
RICARDO AGUIEIRAShttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkV3FP23qCPKLzVQROCvLfvBMQ4P4LiDthoKImcSJcdfG6IBURJnyTtVhcmUFMI7Xr_wZI44SH8KD-zRG1mHYHyuDXzOzFAJPKnefClzlhXtgdyoYs-1Tx8LT-LFTwQn9vQxPXf19fd82w/s320/Gays+idosos.jpg
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CENTRO DE CULTURA SOCIAL

Oficina Libertária 2010

“Foucault e o anarquismo”

CENTRO DE CULTURA SOCIAL

III) 26/05, quarta-feira as 19h:

    Errico Malatesta e Michel Foucault sobre o fascismo**

    IV) 16/06, quarta-feira as 19h:

    “Anarquismo e governamentalidade” ou uma concepção analítica do poder**

    V) 26/06, sábado as 16h:

    “Anarqueologia dos saberes”: apresentação e lançamento do livro Do governo dos vivos. Curso no Collège de France, 1979-1980 (excertos), de Michel Foucault (Editora Achiamé, Rio de Janeiro, trad. de Nildo Avelino). 

     

    (*) Nildo Avelino é Doutor em Ciência Política pela PUC-SP e Pós-Doutorando em História Política pelo IFCH/UNICAMP. É pesquisador na área de Teoria Política sobre os temas: anarquismo, governamentalidade, anarqueologia. Participou, em setembro de 2009, do seminário internacional “Anarchismo, post-anarchismo e nuovi movimenti antiautoritari nella società contemporanea” realizado em Pisa pelaBiblioteca Franco Serantini no âmbito da XIV Conférence Internationale della Fédération Internationale des Centres d'Études et de Documentation Libertaires (FICEDL), bem como do workshop “Anarchism” coordenado por Ruth Kinna durante a 6th Annual Conference in Political Theory da Manchester Metropolitan University. É militante do CCS desde 1991.

      (**) as indicações de leitura serão fornecidas na 1ª sessão.

      (des)encontros anárquicos 
      de literatura

      FRANZ KAFKA

      O Processo 


      12/06, sábado as 20h
      Leia o livro e traga uma bebida

      Centro de Cultura Social

      Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)

      www.ccssp.org

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segunda-feira, 17 de maio de 2010

JUNHO ABSURDO

(des)encontros anárquicos
de literatura

FRANZ KAFKA

O Processo 

12/06, sábado as 20h

Centro de Cultura Social

Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)

www.ccssp.org


"Escrever...é um sono mais profundo que a morte...assim como ninguém tiraria um cadáver do seu túmulo, eu não posso
ser tirado da minha secretária à noite."

Franz Kafka

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LavourAcaica - Raduan Nassar


"o tempo, o tempo, esse algoz às vezes suave, às vezes mais terrível, demônio absoluto conferindo qualidade atodas as coisas, é ele ainda hoje e sempre quem decide e por isso a quem me curvo cheio de medo e erguido em suspense me pergunto qual o momento, o momento preciso da trasposição? que instante, que instante terrível é esse que marca o salto?"
Local Centro de Cultura Social

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domingo, 16 de maio de 2010

BRASA X

10th International Congress of the Brazilian Studies Association
Brasília, de 22 a 24 de julho de 2010
Sessão 7: dia 23, das 14:00 as 15:45

7.3 Anarquistas e anarquismos no Brasil: histórias, atualidades, releituras
Chair/Coordenador:
Nildo Avelino, Universidade Estadual de Campinas 

Commentator/Comentadora:
Ana Lucia de Godoy Pinheiro, Universidade Estadual de Campinas

Lima Barreto: anarquia e anticivilização
Rogério Humberto Zeferino Nacimento, Universidade Federal de Campina Grande/PB

A Pedagogia entre os processos de domesticação e os escapes da criação: experiências no Brasil
Gláucia Maria Figueiredo Silva, Universidade Estadual de Campinas

A miséria ou o antifilosófico em Proudhon
Edson Lopes da Silva Jr., Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Educar e experimentar. Pesquisa como multiplicação de pontos de vista
Guilherme Carlos Corrêa, Universidade Federal de Santa Maria

Anseios revolucionários: a Revolução Mexicana vista pelo movimento operário brasileiro (1910-1920)
Fábio Silva Sousa, Universidade Estadual Paulista

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sábado, 15 de maio de 2010

LADYFEST BRASIL 2010

10 ANOS DE FEMINISMO JOVEM RADICAL
HOJE
A primeira edição do festival cultural feminista Ladyfest aconteceu a exatos 10 anos atrás em Olympia, nos EUA.

Em 2004, a primeira edição brasileira tomou vários espaços da cidade de São Paulo para abrir caminho pra mais 4 edições que vieram nos anos seguintes. Em cada edição o público foi crescendo, chegando sempre na casa dos milhares, e a cobertura da midia grande e alternativa também se expandiu.

Celebrando uma cena de jovens mulheres em busca de igualdade usando meios faça-você-mesma e carimbando na história dos movimentos sociais de esquerda no Brasil uma produção cultural revolucionária sem precedentes, a edição brasileira do festival esse ano comemora não só a criação de um movimento contra cultural, mas a manutenção de um ideal, seja através de atitudes, questionamentos ou resistência gritada ao topo dos pulmões, em letras de música, fanzines e arte de rua.

O Ladyfest Brasil 2010 celebra não só a renovação política que movimentos jovens feministas como o riot grrrl trouxeram para a cena punk brasileira, mas todas as mulheres que, após longo ou breve contato com o ativismo feminista cultural, levaram esse ideal de forma séria e eterna pra suas vidas, mantendo seu discurso feminista atual e intacto, sem abrir concessões.

O Ladyfest Brasil 2010 é organizado por Anelise Csapo, Elisa Gargiulo, , Marcela Mattos, Adriessa Oliveira, Bruna Mantese, Bruna Provazi e Elaine Campos.

E esse ano nós da organização temos o orgulho e o prazer de anunciar a presença de uma das maiores inspirações musicais e políticas para a cena punk feminista.
Direto de Portland, EUA, Team Dresch.

O festival ocorre entre os dias 15 e 23 de maio nas cidades de São Paulo e Santos.

BLOG: http://ladyfestbrasil2010.blogspot.com/
TWITTER: @ladyfestbrasil
CONTATO: ladyfestbrasil2010@gmail.com

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MAIO TEMPO TRÁGICO

HOJE
(des)encontros anárquicos de literatura
Leia o livro e traga uma bebida

15/05, sábado as 20h

“Lavoura Arcaica” de Raduan Nassar

Palestra
Preconceito e Política na Construção da Memória do 13 de Maio

15/05 - 15:00
Profa. Dra. Anna Gicelle Garcia Alaniz

Centro de Cultura Social
Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)

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sexta-feira, 14 de maio de 2010

Agência FAPESP

Lançada em 30 de outubro de 2009, a última chamada do Programa Dra. Ruth Cardoso em Antropologia e Sociologia na Universidade Columbia teve seu resultado divulgado.

A proposta aprovada é “Subjectivity Politics and Ethics: practices of the self in American and Brazilian feminisms”, da pesquisadora Luzia Margareth Rago, do Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Leia:

Proposta aprovada

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terça-feira, 11 de maio de 2010

domingo, 9 de maio de 2010

O Feudalismo Acadêmico

"... a ortologia dos saberes foi o que permitiu à Igreja economizar petróleo. Por que ao invés de sustentar indistintamente, a torto e à direito, a ortodoxia, a censura, a proibição de certos conteúdos de saber, e isto pelo fato da ortodoxia exigir frequentemente ações economicamente onerosas e politicamente perigosas (as fogueiras não só tinham um alto custo aos cofres da Igreja, como também seu ritual provocava, algumas vezes, a revolta popular toda vez que o condenado sustentava uma postura corajosa frente os inquisidores, Giordano Bruno por exemplo). Por tanto, a prática da ortodoxia continha muitos inconvenientes e provocava muitos atritos que minavam a própria autoridade da Igreja. Foi por esta razão que, ao longo dos anos, a prática da ortodoxia foi diminuindo paulatinamente até chegar à sua abolição formal na modernidade. Mas isto só foi possível graças a esta outra prática sistemática e constante de ortologização dos saberes que consiste em não mais censurar, portanto, mas estabelecer um controle minucioso sobre os saberes para verificar se eles estão conformes a lógica e ao método justo. Não mais proibir mas, uma vez normalizados e disciplinados, fazer o saber circular livremente, fazê-lo expressar-se, fazê-lo falar através da educação escolar e universitária. Percebam que se na ortodoxia a obediência imposta é exterior ao sujeito do conhecimento, na ortologia a obediência é exercida pelo próprio sujeito do conhecimento: sou eu mesmo que, na medida que penso e que falo, estabeleço eu mesmo minha obediência às regras da lógica e do método; eu sou e eu exerço a polícia de meu próprio conhecimento; em obediência à lógica, eu segrego, eu excluo, eu nego o que pode existir de ilógico e de absurdo em meu próprio pensamento. Com isso, se a ortodoxia foi a disciplinarização dos corpos, a ortologia é a disciplinarização e a normalização dos saberes. E no fundo, não foi o Iluminismo do século XVIII quem jogou a última cartada contra o dogmatismo: sua abolição já estava dada em germe desde o século XII pela ortologia dos saberes."

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Editora Achiamé | Cultura libertária em suas mãos

PRECONCEITO E POLÍTICA NA CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA DO 13 DE MAIO

Maio Tempo TrágicoCENTRO DE CULTURA SOCIAL

Palestra
PRECONCEITO E POLÍTICA NA CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA DO 13 DE MAIO

15/05 - 15:00hs

Profa. Dra. Anna Gicelle Garcia Alaniz - Pesquisadora colaboradora do Centro de Memória Unicamp.
Apresentação.


Em maio de 1988 ocorreram no Brasil diversos congressos e colóquios visando um balanço historiográfico sobre os temas ligados ao estudo da escravidão, da transição para o trabalho livre, do preconceito e da memória sobre a resistência escrava. Era o momento florescente de uma nova matriz historiográfica, derivada dos estudos de Edward P. Thompson, representada pelos historiadores oriundos da Universidade Estadual de Campinas e pelos historiadores da “brecha camponesa”, inspirados nos trabalhos de Ciro Flammarion Cardoso. Estes trabalhos redimensionaram as discussões e ofereceram um panorama totalmente novo para quem quisesse aprofundar-se nos meandros da história da escravidão nas Américas.

Nos anos que se seguiram, historiadores brasileiros, estadunidenses, africanos e caribenhos produziram algumas das mais importantes e instigantes obras sobre escravidão, tráfico, família escrava, abolicionismo, resistência e, também a discussão desses temas no contexto do colonialismo. No caso do Brasil, autores tradicionais como Gilberto Freyre, Caio Prado Jr., Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso e Otávio Ianni sofreram uma profunda revisão crítica e foram confrontados com novas evidências documentais. Ao final da década de 1990 já não se tratava mais de um debate, mas de toda uma renovação da perspectiva historiográfica.

Isto ocorreu porque, com o fim da ditadura militar, houve nas universidades brasileiras um afluxo de pesquisadores retornando da Europa e trazendo em suas bagagens as mais recentes novidades em termos de teoria e historiografia. Autores como Carlo Ginzburg, Michel Foucault, Edward P. Thompson, Eric J. Hobsbawm, Christopher Hill e Robert Darnton, antes conhecidos de uma minoria seleta, passaram a integrar as bibliografias dos cursos de graduação e nortear os debates. A aproximação metodológica entre história e antropologia produziu resultados e um novo olhar sobre a documentação primária.

Entretanto, esse debate vibrante e a nova produção decorrente, no que se refere à escravidão e seus temas correlatos, não conseguiu superar a barreira acadêmica e alcançar a sociedade. Duas décadas de resultados mal são perceptíveis no material didático disponível, que continua reproduzindo e ecoando Gilberto Freyre ou optando por uma atitude pretensamente crítica, mas que divulga uma nova série de preconceitos. Discutir a produção de material didático e paradidático e seu uso político por editoras e governos seria exaustivo e recorrente.

Por outro lado, a memória que a sociedade compartilha sobre escravidão, abolicionismo e o papel do negro em sua própria história, segue duas vertentes que se originam na política e não no conhecimento documental. Por um lado há os defensores da democracia racial que se recusam a ver e discutir os efeitos perniciosos da escravidão em nossa sociedade, ignorando o racismo e deslocando a discussão do seu eixo principal; por outro lado temos os defensores da identidade e da raça negra, que se recusam a ver qualquer outro meio de resistência que não o confronto e menosprezam o papel da população branca nos quadros abolicionistas, provocando uma ruptura social contraproducente e desnecessária.

Recuperar a discussão acadêmica e torná-la inteligível ao cidadão comum deveria ser a prioridade do historiador, uma vez que o conhecimento só faz sentido se for partilhado. Abrir os arquivos e os resultados das pesquisas ao debate público pode ajudar a matizar as posições mais extremistas e permitir uma visão mais coerente do contexto histórico. Assim, os problemas sociais decorrentes do período poderão ser abordados de maneira mais inteligente, sensata e livre de controvérsias vazias.

Centro de Cultura Social

Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)

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MAIO TEMPO TRÁGICO

Oficina Libertária 2010

12/05, quarta-feira as 19h

Proudhon e Foucault, por uma “filosofia relacional”


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Leia o livro e traga uma bebida

15/05, sábado as 20h

“Lavoura Arcaica” de Raduan Nassar


Palestra
Preconceito e Política na Construção da Memória do 13 de Maio

15/05 - 15:00
Profa. Dra. Anna Gicelle Garcia Alaniz

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terça-feira, 4 de maio de 2010

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Lançamento em Junho

 Editora Achiamé

Michel Foucault (tradução de Nildo Avelino)

Do governo dos vivos. Curso no Collège de France, 1979-1980 (aulas de 09 e 30 de janeiro de 1980)

"Nenhum poder existe por si! Nenhum poder, qualquer que seja, é evidente ou inevitável! Qualquer poder, consequentemente, não merece ser aceito no jogo! Não existe legitimidade intrínseca do poder! E a partir dessa posição, a démarche consiste em perguntar-se o que é feito do sujeito e das relações de conhecimento no momento em que nenhum poder é fundado no direito nem na necessidade; no momento em que qualquer poder jamais repousa a não ser sobre a contingência e a fragilidade de uma história; no momento em que o contrato social é um blefe e a sociedade civil um conto para crianças; no momento em que não existe nenhum direito universal, imediato e evidente que possa, em todo lugar e sempre, sustentar uma relação de poder qualquer que ela seja. Vocês vêem, portanto, que entre isso que se chama, grosso modo, a anarquia, o anarquismo e o método que eu emprego é certo que existe qualquer coisa como uma relação."

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Achiamé

sábado, 1 de maio de 2010

programação de maio no ccs

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CENTRO DE CULTURA SOCIAL

convida

.

Oficina

Libertária 2010:
12/05/10

quarta-feira

19:00
Proudhon e Foucault, por uma “filosofia relacional”

Palestra:

15/05/10

sábado

15:00

Preconceito e Política na Construção da Memória do 13 de Maio
Profa. Dra. Anna Gicelle Garcia Alaniz

 

(des)encontros anárquicos de literatura
Leia o livro...

traga uma bebida...


15/05/10

sábado

as 20h
“Lavoura Arcaica”

de Raduan Nassar

cinema & anarquia


16/05/10

domingo

as 19h
“Lavoura Arcaica”

 direção de Luiz

Fernando Carvalho (Brasil, 2001).

Realização:

Centro de Cultura Social de São Paulo

Rua Gal. Jardim n.º 253 – sala 22 (metrô república)

 

www.ccssp.org

ccssp@ccssp.org


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Giuseppe Galzerano

Domenica 2 maggio il Tg2 delle 20.30 si occuperà della rivolta del Cilento del 1828. La giornalista Adele Ammendola intervista Giuseppe Galzerano sul ruolo e sulla partecipazione delle donne cilentane alla rivolta


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Fotos de Damiano Muzio - Carrara 1° MAGGIO 2010

Nildo Avelino: O cuidado de si na revolução libertária[1]

Nildo Avelino: O cuidado de si na revolução libertária[2]

Nildo Avelino: O cuidado de si na revolução libertária[3]

Nildo Avelino: O cuidado de si na revolução libertária[4]

Nildo Avelino: O cuidado de si na revolução libertária[5]

Nildo Avelino: O cuidado de si na revolução libertária[6]

AMIGOS...