Queridões e Queridonas! Bailão, o belo curta – e já muito premiado! ( http://filmebailao.wordpress.com/) – que participei com depoimentos, terá sua pré-estréia em São Paulo, no Espaço Unibanco Augusta e eu adoraria ter a presença de tod@s! Será no dia 27/05, quinta-feira, às 21:30 horas, entrada franca, na Sala 4. Marcelo Caetano, esse lindo aí abaixo, é o talentoso diretor e ele saiu percorrendo Sampa e traçando paralelos entre os sentimentos dos gays idosos entrevistados e a essência da cidade. Trata-se de preservação da memória da homossexualidade e de um novo olhar,em profundidade, aos que ajudaram a construir a nossa história.Ele já havia dirigido um outro curta premiado “A Tal Guerreira” sobre a grande cantora já falecida, Clara Nunes. Para contar a história, o diretor acompanhou um grupo de umbandistas de Sorocaba, que cultua Clara com romarias anuais a seu túmulo. Eles também conservam um templo colorido em sua homenagem. Em paralelo, o vídeo acompanha uma travesti que incorpora a cantora em uma boate gay. O diálogo entre o Templo e a travesti é o fio condutor da produção. Tive grande prazer em colaborar com o filme Bailão, contando das minhas experiências de vida, do início da militância no Grupo Somos, em 1978, mostrando os antigos (alguns que nem existem mais, tristemente…) lugares de frequência gay em Sampa, onde aconteciam as paqueras, as pegações e, por que não, o amor. Quantos relacionamentos que tive e presenciei começaram assim; sonhos e propostas de vida, queríamos revolucionar o mundo e, em parte, a gente se encantou e conseguiu, o arco-íris já é nosso mas não achamos ainda o pote de ouro. Revi pessoas que caminharam também nessa luta e também colaboraram com belos depoimentos, sobreviventes de umas época onde sonhar ainda era possível. O ápice do filme é uma festa na boate ABC BAILÃO, que fica na rua Marquês de Itú, aqui em Sampa, boate essa que acompanhou e ajudou a fazer toda essa caminhada, desde quando era chamada simplesmente de “HS”, uma abreviatura de “homo sapiens” Neste triste país, infelizmente, a História é vilipendiada e a memória, além de não valorizada, é ainda estimulada para a queda no esquecimento. Isso no geral, imagine então o que ocorre com a Memória da Homossexualidade. Por isso, referenciais artísticas e criações como as de Marcelo Caetano são imprescindíveis. Levem a pipoca, seus olhares e corações para essa pré e depois me procurem. O Curta acaba de receber o Premio Cidadania, de melhor curta metragem, dado pela Associação da Parada – SP. Venham bailar com a gente! RICARDO AGUIEIRAS
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