quarta-feira, 29 de junho de 2011

Folha.com - Eliane Cantanhêde - E nós com isso? - 29/06/2011

Folha.com - Eliane Cantanhêde - E nós com isso? - 29/06/2011: "FOLHA"

A graninha boa que o BNDES está despejando corresponde a 85% do capital para concretizar o negócio, e o super-gigante resultante dos dois gigantes terá nada mais nada menos que 32% do varejo nacional.

Agora é que nós, os leigos, vamos ver se o Cade é mesmo para valer. No mínimo, queremos respostas para entender tudo direitinho, certo? Até porque, no final, nós é que vamos pagar a conta.

NOVO PÃO DE AÇÚCAR PERGUNTAS E RESPOSTAS - franciscoripo

NOVO PÃO DE AÇÚCAR PERGUNTAS E RESPOSTAS - franciscoripo

NOVO PÃO DE AÇÚCAR PERGUNTAS E RESPOSTAS

1
O negócio passará por órgãos de concorrência?

Está sujeito à avaliação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) no Brasil. Na França, o Casino passará a ter uma participação indireta no Carrefour, o que pode chamar a atenção das autoridades locais.

2
O governo brasileiro aprova a fusão?

Sim, pois o BNDES aceitou virar sócio do negócio, levando quase R$ 4 bilhões para viabilizar a nova empresa.

3
Se o Casino vetar a operação, o negócio termina?

Sim. O Casino, que divide o comando da rede, tem poder de veto para assuntos estratégicos no Pão de Açúcar.

4
Como ficam as participações de Abilio Diniz e Casino na nova empresa?

Diniz teria 17%. Casino, 29%.

5
Lojas podem fechar, resultando em demissões?

Sim. Nas capitais do Sudeste, por exemplo, há sobreposição de 5% a 8%.

6
Os preços dos produtos podem subir?

A diminuição da concorrência reduz a competitividade e estimula preços mais altos.

7
Qual é o tamanho da nova empresa?

Teria 32% do setor supermercadista nacional.

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Por que o dinheiro público, coletado dos impostos, deve ser utilizado para financiar fusões de interesse privado? Carrefour-Pão de Açúcar - franciscoripo

Por que o dinheiro público, coletado dos impostos, deve ser utilizado para financiar fusões de interesse privado? Carrefour-Pão de Açúcar - franciscoripo

Por que o dinheiro público, coletado dos impostos, deve ser utilizado para financiar fusões de interesse privado? Carrefour-Pão de Açúcar

De que adianta ter empresas campeãs se os derrotados são os brasileiros?

DIOGO COSTA
ESPECIAL PARA A FOLHA 

Apoiar a fusão Carrefour-Pão de Açúcar pode vir a ser a mais nova missão do BNDES.
Enquanto burocratas e empresários discutem os detalhes de como proceder com a criação do "Carreçúcar", uma questão relacionada deveria preocupar analistas políticos e econômicos: por que o dinheiro público, coletado dos impostos, deve ser utilizado para financiar fusões de interesse privado?
Luciano Coutinho, presidente do BNDES, justifica as práticas do banco no modelo desenvolvimentista de planejamento econômico.
Em entrevista de 2009, Coutinho disse que "o Brasil precisa ter campeãs mundiais". A obsessão por "campeãs mundiais" pode fazer com que se perca a noção de que campeonato estamos disputando. De fato, o "Carreçúcar" pode se tornar uma empresa campeã.
Mas, quando pensamos no que é mais desejável para a sociedade, o título de campeão vale menos que a campanha. Em um regime de livre concorrência, ensina a velha teoria econômica, venceria a empresa que melhor atendesse as demandas dos consumidores.
Mas, no modelo brasileiro de capitalismo, a vitória de uma empresa não necessariamente corresponde a sua capacidade de satisfazer a sociedade. A justificativa é que o BNDES investe nos setores em que o país demonstra competitividade. Mas a competitividade de um país não se planeja -se descobre.
Há alguns anos, não se imaginava que a Índia se tornaria a grande exportadora de especialistas na tecnologia da informação. Também não se sabia que as Filipinas viriam a dominar o mercado mundial de circuitos integrados. Nem que o Chile se tornaria um grande exportador de salmão.
Só podemos saber de fato em que setores o Brasil é mais competitivo quando todos forem tratados igualmente e sem privilégios.
Há ainda um problema de incentivos. Diferentemente de um investidor privado, o BNDES não irá à falência se suas decisões se mostrem equivocadas. Quando uma empresa subsidiada pelo BNDES quebra, quem fica com a conta são os consumidores. É o socialismo invertido: o lucro é privatizado e os prejuízos são socializados.
A visão econômica por trás da fusão entre Carrefour e Pão de Açúcar não é nova. É apenas uma nova manifestação da velha ideologia desenvolvimentista. E a história do século 20 atesta o seu fracasso. De que adianta o Brasil ter empresas campeãs, quando os derrotados são os próprios brasileiros?

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