quinta-feira, 25 de agosto de 2011

22º Festival de Curtas de SP celebra o feminino

Até 2/9, evento exibe oito programas relacionados ao universo da mulher

Ingressos para os 400 filmes, selecionados entre 3.000 inscritos, são gratuitos; mostras ocupam oito espaços

GABRIELA LONGMAN
DE SÃO PAULO

Há 35 anos, Vera Figueiredo lançava seu curta-metragem "Feminino Plural", considerado o primeiro filme feminista da América do Sul. O título volta, sob forma de homenagem, como tema de mostra especial do Festival Internacional de Curtas de São Paulo, que abre sua 22ª edição hoje para convidados e amanhã para o público. 
Até o dia 2/9, a Cinemateca e outros sete espaços recebem 400 filmes de todo o mundo em sessões gratuitas. "Hoje em dia, cerca de 30% dos filmes inscritos no festival são feitos por mulheres", disse à Folha a diretora do evento, Zita Carvalhosa.
O peso crescente do olhar "feminino" por trás das câmeras certamente colaborou para definir o eixo temático. "Feminino Plural" comporta oito programas especiais, com 44 produções do Brasil e do resto do mundo. Uma seleção, por exemplo, é dedicada apenas à relação entre mulheres e política.
Mas a mostra especial não deve tirar a atenção do resto da programação. Neste ano estão previstos um programa especial de curtas alemães, sessões especiais de animação, uma mostra só com a produção paulista, um ciclo infantil e outros recortes específicos.
"A multiplicação da produção audiovisual é uma constatação e não vai parar. A questão que se coloca é a dos recortes que podem ser pensados para dar uma cara ao festival", diz Carvalhosa.
A ideia, segundo ela, é conseguir montar um panorama amplo e variado da produção no formato, criando ao mesmo tempo um ponto de encontro e discussão para os realizadores. Nesta edição, cerca de 80 diretores brasileiros e latinos estarão presentes. Responsável por montar os programas brasileiros do festival, William Hinestrosa assinala o hibridismo que torna as fronteiras -entre documentário e ficção por exemplo- cada vez mais tênues.
"De algumas edições para cá, desistimos de classificar os filmes por gênero, porque se tornou impossível", conta.

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'Estrebucha', diz policial militar a baleado agonizante

Imagens de vídeo mostram PMs xingando e ameaçando homens feridos após suposto confronto em São Paulo

Autoridades investigam circunstâncias em que material foi gravado e identidade das duas pessoas caídas no chão 

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

"Filho da puta, você não morreu ainda? Olha pra cá! Maldito. Não morreu ainda", diz uma das vozes, enquanto a imagem, em "close", mostra a cena forte: um homem pardo, caído, espumando pela boca. Os olhos dele estão paralisados, em choque. As pupilas, dilatadas. A roupa está ensopada de sangue.
Ao fundo, é possível ouvir uma comunicação entre carros da polícia e os nomes Copom (Central de Operações da Polícia Militar) e Rota, grupo especial da PM paulista. Há um veículo Astra, de cor azul, com as portas abertas.
"Estrebucha! Filho da puta", diz uma outra voz.
Há um segundo homem estendido no chão. Ele está de bruços, algemado e chora.
"Tomara que morra a caminho [do hospital]. Não vai morrer, não?", diz, com ar de deboche, um outro PM.
As cenas estão gravadas em um vídeo tornado público ontem pela Folha.com. Elas estão nas mãos da cúpula da Segurança Pública paulista há duas semanas.
Não se sabe ainda quem são os dois homens que aparecem caídos no chão e em qual circustância eles foram feridos. Também não há informações sobre onde e quando as imagens foram feitas.
Há suspeita de que o episódio tenha ocorrido em um município da Grande São Paulo e de que as imagens tenham sido gravadas pelos próprios PMs. Isso porque numa cena de crime como a que aparece no vídeo, apenas policiais têm livre acesso.
Não há registros disponíveis sobre o destino dos dois homens feridos: se estão vivos ou mortos, se foram ou não levados para o hospital ou se estão presos.

RESISTÊNCIAS
Entre janeiro e junho deste ano, 334 pessoas foram mortas por PMs (em serviço ou não) no Estado de São Paulo, de acordo com estatísticas da Secretaria da Segurança Pública. A média diária é de 1,85. Do total, 241 óbitos foram registrados como "resistência seguida de morte" quando o policial militar estava em serviço.
No mesmo período, 25 PMs (em serviço ou não) morreram no Estado.

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