Cineclube Terra Livre – 25/03 – Louise Michel
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VANESSA CORREA
DE SÃO PAULOCerca de mil pessoas dançaram e pularam ontem em cima do Minhocão, em uma das festas do festival BaixoCentro, que começou neste final de semana em São Paulo.
O evento agradou quem vive na região e teve até quem veio de outras cidades só para a festa. "O centro fica muito vazio. Quem vive aqui precisa disso", disse o produtor Leonardo Moreira, 37.
Alguns paulistanos não acostumados com o "baixo centro", nas proximidades do Minhocão e da cracolândia, estavam preocupados com a hora de ir embora.
"Acho que vamos sair antes do final. À noite fica mais perigoso", disse a estudante Patrícia Ogando, 23.
O festival foi organizado por um grupo de produtores interessados, segundo eles próprios, em dar novo significado à degradada região do Minhocão.
"É um movimento de ocupação civil que pretende disputar as ruas", afirmam eles, no site do evento.
O festival vai até domingo com uma programação variada que incluiu festas e sessões de cinema. Mais informações nobaixocentro.org.
Evento terá 110 atrações artísticas grátis na região, de hoje a 1º/4
IURI DE CASTRO TÔRRESAs ruas são para dançar. E para assistir a filmes, praticar ioga, fazer arte. É esse o mote do BaixoCentro, festival que começa hoje, às 20h30, com o evento de curtas Cinoia e ocupa por dez dias avenidas e praças da região central de São Paulo.
Idealizado por "moradores" da Casa da Cultura Digital, imóvel na Barra Funda que reúne empresas ligadas à internet, o festival conta com 110 atividades gratuitas.
Às 21h30, sobre o Minhocão, depois de fechado ao trânsito, será gravado um documentário colaborativo.
"São Paulo está se tornando cada vez mais fechada, com clubes caros e poucas opções nas ruas", diz Lucas Pretti, um dos 500 idealizadores do projeto. "As ruas são para usar e para compartilhar. Sentimos que havia uma demanda por cultura livre."
O festival foi posto de pé por meio de um financiamento coletivo pela internet. Custou R$ 16 mil.
"Mas ainda precisamos contar com a colaboração de vizinhos, porque está bem apertado. Vamos tomar emprestado luz elétrica e banheiro", diz Pretti, aos risos.
Para ele, o projeto opõe duas visões sobre a cidade. Uma seria a da Prefeitura, que "limpa" o centro expulsando moradores de rua e desapropriando favelas.
A outra reivindica o "direito à cidade", ou seja, quer tomar as ruas e "dar um sentido a São Paulo".
A maior parte dos projetos inscritos -só ficaram de fora propostas com alto custo técnico- reflete a relação dos paulistanos com o centro.
Para coroar a "retomada" do centro, no próximo domingo, será montado um parque em cima do Minhocão, com grama artificial e piscina.
"Somos promotores culturais", diz Pretti. "Imagine se advogados e arquitetos decidissem fazer a mesma coisa pelo centro de São Paulo..."
Os que consideramos maníacos sexuais são apenas os que praticam mais sexo do que a gente
IMAGINE ALGUÉM que acaba sua noite com um sexo rápido e intenso, em pé, embaixo de uma ponte, e eis que, uma vez em casa, ele entra na internet e transa virtualmente com uma stripper de site on-line.
Não há gozo que lhe baste: sempre sobra a vontade de mais uma vez, mesmo que seja se masturbando com esforço. Outra noite, depois de ter brincado pesado com uma moça num bar, ele se pega com um cara no labirinto de uma boate gay: na procura por mais sexo, vale tudo.
Mas cada rosa tem seus espinhos. O disco rígido do nosso jovem está repleto de pornografia, até no computador do escritório -o que é arriscado. E, sobretudo, ele está aflito: a vergonha o leva a jogar fora (periodicamente) os apetrechos de sua sexualidade fantasiosa, e ele sente culpa de não conseguir ser o irmão, o amigo -e, quem sabe, o namorado- que ele talvez gostasse de ser.
Se esse alguém pedir ajuda a um terapeuta, alguns colegas tirarão da manga o "diagnóstico" de sexo-dependência ("sexual addiction") e proporão o programa em 12 passos (ensinado nas especializações em sexo-dependência), para que o indivíduo aprenda a se controlar e a renunciar, ao menos em parte, ao sexo, que teria se tornado, para ele, uma espécie de droga.
Mesmo sem acreditar nos 12 passos, outros colegas concordarão com o diagnóstico e simpatizarão com o "óbvio" sofrimento do "sexo-dependente" -afinal, eles imaginarão, essa prática endemoniada do sexo "deve", no mínimo, aviltar o indivíduo aos seus próprios olhos.
Outros colegas ainda (e eu com eles), ao receber o pedido de ajuda de um suposto sexo-dependente, reagiriam de maneira diferente: não se preocupariam nem com as fantasias, nem com as práticas sexuais do paciente, mas com a culpa e a vergonha que as acompanham.
Eu também anunciaria ao paciente que não sei (ninguém sabe) disciplinar o desejo sexual; só posso, se ele quiser, tentar disciplinar a culpa e a vergonha que azucrinam sua vida e estragam seus prazeres.
Quem viu "Shame" (vergonha), de Steve McQueen, percebeu que nosso paciente hipotético se parece com o protagonista do filme.
Em cartaz desde sexta passada, "Shame" é, ao mesmo tempo, ousado e careta. Ousado, pelo retrato da procura sexual do protagonista (muitos, sem dúvida, se reconhecerão), e careta, porque essa procura parece ser necessariamente doentia, culpada e vergonhosa.
Concordo com Cássio Starling ("Ilustrada" de 16/3): o filme é ótimo, mas discordo do destaque do artigo, segundo o qual "McQueen foge do moralismo ao abordar a compulsão por sexo". Quem enxerga o desejo sexual do outro como uma patologia é sempre moralista. Em matéria de sexo, patologizar é o jeito moderno de estigmatizar e policiar (conselho: fuja de parceiros que acham você "doente").
McQueen (na mesma "Ilustrada") declarou que o negócio dele é desafiar as pessoas. Ora, apresentar um obcecado por sexo como um doente que sofre de vergonha e culpa, isso não é desafio algum -ao contrário, é a confirmação de um lugar-comum.
Um lugar-comum confirmado por psiquiatria e psicologia? Nem isso.
Certo, desde o século retrasado, a psiquiatria e a psicologia são regularmente chamadas a substituir a religião, que (digamos assim) cansou de ser a grande ordenadora e controladora do comportamento humano. No caso, a ideia da "sexo-dependência" surgiu nos anos 1970 -provavelmente, como reação contra o interesse "excessivo" pelo sexo durante a dita liberação sexual dos anos 1960.
Mas, sentindo talvez o bafo do moralismo, muitos psiquiatras e a psicólogos receberam essa categoria diagnóstica com desconfiança. Quem a adotou e promoveu foram a imprensa e o grande público (e isso bastou para que surgisse uma pequena indústria de clínicas, programas universitários etc.). Mas por quê, então, esse sucesso popular da "sexo-dependência", na qual McQueen parece acreditar?
Apenas uma constatação: a associação de sexo com vergonha e culpa é um bordão cultural muito antigo, no qual somos convidados a acreditar por todo tipo de poder. A exigência de domesticar o desejo sexual parece ser, aos olhos de todos, um pré-requisito básico de qualquer ordem social.
Além disso, há a eterna inveja dos reprimidos: como dizia Alfred Kinsey, em regra, os que consideramos doentes e maníacos sexuais são apenas os que praticam mais sexo do que a gente.
ccalligari@uol.com.br
@ccalligaris
Biblioteca Terra Livre e CCS convidam:
domingo, 25 de março as 18:00h cinema & anarquia: "Louise Michel, a rebelde" de Sólveig Anspach (França, 2009) Exibição do filme que narra o desterro na ilha de Nova Caledônia, da ativista e anarquista Louise Michel, logo após a sua participação da comuna de paris. Um retrato de um período relativamente curto de sua vida, mas que denota as suas tendências políticas, sua posição feminista e sua percepção para o anarquismo. o filme participou da 33ª mostra de cinema de São Paulo.
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Centro de Cultura Social rua General Jardim, 253 sala 22 próximo ao mêtro República entrada franca |
A comissão criada no Senado está na direção certa ao propor a flexibilização da legislação sobre aborto. Suas propostas são sensíveis e respeitam os direitos das mulheres.
A visão é da socióloga Eva Blay, professora da USP e histórica militante feminista.
Eleita suplente de FHC para o Senado nos anos 1990, ela se tornou senadora pelo PSDB e apresentou projeto descriminalizando o aborto, enfrentando a ira de religiosos.
Para ela, igrejas resistem ao tema por razões políticas. E acrescenta: "Essas igrejas preferem a morte das mulheres, uma forma de punir a sexualidade feminina".
Blay, 74, avalia que a reação conservadora à nomeação de Eleonora Menicucci revela que a nova ministra significa um passo à frente. Mas ainda é preciso acabar com os "valores patriarcais ainda em vigor no país", diz.
Folha - Qual sua opinião sobre a comissão do Senado que sugeriu flexibilizar a legislação sobre o aborto?
Eva Blay - Achei muito importante a iniciativa do Senado de criar uma comissão de juristas para tratar de várias questões, inclusive da interrupção da gravidez. As propostas são sensíveis e respeitam os direitos das mulheres.
Países como Portugal e Itália, onde a religião é forte, legalizaram o aborto. Por que esse tema é tão difícil no Brasil?
A resistência da parte de algumas igrejas tem no fundo um teor político. Isto é, intervém sobre o voto eleitoral que elas procuram conduzir. Essas igrejas preferem a morte das mulheres, uma forma de punir a sexualidade feminina.
Curioso que nada é dito sobre os homens, que, aliás, são tão responsáveis quanto as mulheres pela gravidez.
Como avalia o governo Dilma?
Eleger uma mulher no Brasil para a Presidência foi um grande passo. Mas não bastaria apenas ser mulher. Dilma está fazendo um excelente governo no campo dos direitos sexuais e reprodutivos.
Nomeou mulheres competentes para cargos ministeriais importantes, com isso traçou um novo paradigma no processo de igualdade de oportunidades para homens e mulheres.
A nomeação da ministra Eleonora Menicucci gerou reações entre os evangélicos.
Nomeá-la para a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres foi excelente. Eleonora reúne competência profissional, visão feminista, atestada em suas obras na universidade e nos movimentos sociais. A reação conservadora a Eleonora revela que ela significa um passo à frente.
Onde houve mais avanços nos direitos das mulheres?
Avançamos muito, com ou sem a ajuda dos partidos políticos. Nosso maior problema ainda é a violência contra a mulher de todas as idades.
Só vamos superar esse problema quando, juntamente com os homens, mudarmos os valores patriarcais ainda em vigor no país. Vale repetir que ninguém é dono de ninguém e quem ama não mata.
Deveria vigorar uma lei punindo o empregador que paga menos à mulher que exerce a mesma função que homem?
Punir é importante. Não se trata de lei, mas de acordar um princípio.
Press release 08.03.2002 about the history of the Anarcha-Feminist International,
the Anarcha-Feminist Manifesto and the 20 years anniversary of i@f 1982-2002
Press release 08.03.2005 "PAY EQUITY NOW"
Press release 08.03.2007 "Maternity" Press release 08.03.2008 "THE HISTORY OF THE INTERNATIONAL WOMEN'S DAY"
08.03.2009 NO TO STATE-FEMINISM! The Anarchafeminst Manifesto is still valid!
Anarka-feministene (a brief historical note in Norwegian)
Poem for Women's Day 08.03.2010: Strike! Ad Women's Day 08.03.2010 there were two anarchafeminist international direct actions!
Women's Day 08.03.2012 - Anarchafeminist international direct action with MAF!
Manifeste Anarchoféministe Anarchafeminist ManifestoTranslated from French (Bulletin C.R.I.F.A. No 44 mars -avril 1983 p. 12, and Le Monde Libertaire, no 479 - 1983 p. 9 )All over the world most women have no rights whatsoever to decide upon important matters which concern their lives. Women suffer from oppressions of two kinds: 1) the general social oppression of the people, and 2) secondly sexism - oppression and discrimination because of their sex. There are five main forms of oppression: - Ideological oppression, brainwash by certain cultural traditions, religion, advertising and propaganda. Manipulation with concepts and play upon women's feelings and susceptibilities. Widespread patriarchal and authoritarian attitudes and capitalistic mentality in all areas. - State oppression, hierarchical forms of organization with command lines downwards from the top in most interpersonal relations, also in the so-called private life . - Economic exploitation and repression, as a consumer and a worker in the home and in low-salary women's jobs . - Violence, under the auspices of the society as well as in the private sphere - indirectly when there is coercion because of lack of alternatives and direct physical violence. - Lack of organization, tyranny of the structurelessness which pulverizes responsibility and creates weakness and inactivity. These factors work together and contribute simultaneously to sustain each other in a vicious circle. There is no panacea to break the circle, but it isn't unbreakable. Anarcha-feminism is a matter of consciousness. The consciousness which puts guardians off work. The principles of a liberating society thus stand perfectly clear to us. Anarcha-feminism means women's independence and freedom on an equal footing with men. A social organization and a social life where no-one is superior or inferior to anyone and everybody is coordinate, women as well as men. This goes for all levels of social life, also the private sphere. Anarcha-feminism implies that women themselves decide and take care of their own matters, individually in personal matters, and together with other women in matters which concern several women. In matters which concern both sexes essentially and concretely women and men shall decide on an equal footing. Women must have self-decision over their own bodies, and all matters concerning contraception and childbirth are to be decided upon by women themselves. It must be fought both individually and collectively against male domination, attitudes of ownership and control over women, against repressive laws and for women's economic and social autonomy and independence. Crisis centers, day care centers, study and discussion groups, women's culture activities etc. must be established, and be run under womens's own direction. The traditional patriarchal nuclear family should be replaced by free associations between men and women based on equal right to decide for both parts and with respect for the individual person's autonomy and integrity. Sex-stereotyping in education, media and at the place of work must be abolished. Radical sharing of the work by the sexes in ordinary jobs, domestic life and education is a suitable mean. The structure of working life must be radically changed, with more part-time work and flat organized cooperation at home as well as in society. The difference between men's work and women's work must be abolished. Nursing and taking care of the children must concern men just as much as women. Female power and female prime ministers will neither lead the majority of women to their ends nor abolish oppression. Marxist and bourgeoisie feminists are misleading the fight for women's liberation. For most women it is not going to be any feminism without anarchism. In other words, anarcha-feminism does not stand for female power or female prime ministers, it stands for organization without power and without prime ministers. The double oppression of women demands a double fight and double organizing: on the one hand in feminist federations, on the other hand in the organizations of anarchists. The anarcha-feminists form a junction in this double organizing. A serious anarchism must also be feminist otherwise it is a question of patriarchal half-anarchism and not real anarchism. It is the task of the anarcha-feminists to secure the feminist feature in anarchism. There will be no anarchism without feminism. An essential point in anarcha-feminism is that the changes must begin today, not tomorrow or after the revolution. The revolution shall be permanent. We must start today by seeing through the oppression in the daily life and do something to break the pattern here and now. We must act autonomously, without delegating to any leaders the right to decide what we wish and what we shall do: we must make decisions all by ourselves in personal matters, together with other women in pure female matters, and together with the male fellows in common matters. *********** The origin of the Anarchafeminist Manifesto. 8 March, International Women's Day, is a special relevant day to remember the Anarchafeminist Manifesto. The origin of the Anarchafeminist Manifesto is in Norway. The Anarchafeminist Manifesto is the summary of the feminist political program unanimously agreed upon by the third congress of the Anarchist Federation of Norway 1 - 7 of June 1982. The manifesto was first published in Norwegian in Folkebladet (IJA) no 1 1983 pp. 4-5. Soon after the Manifesto was published in CRIFA-Bulletin no 44 mars-avril 1983 in French (p. 12) and English (p. 13) language. Later on the French version was used as the basis for a translation to English that was published on the Internet, see above. The Manifesto is also translated to other languages. Anarchafeminst Greetings from Anna Quist, co-writer of the Anarchafeminst Manifesto. *********** |
Sessão 'Cine Chat' do Canal Brasil apresenta o longa 'A Erva do Rato'
Canal Brasil, 22h, 16 anos. Estreia hoje na programação do canal "A Erva do Rato", dirigido por Júlio Bressane.
O filme é livremente inspirado nos contos "A Causa Secreta" (1885) e "Um Esqueleto" (1875), de Machado de Assis (1839-1908).
Os atores Selton Mello e Alessandra Negrini são os protagonistas da história, cuja direção de fotografia fica por conta de Walter Carvalho.
O cineasta acompanha a exibição do longa-metragem e comenta o filme com os espectadores por meio de um chat no site do Canal Brasil (canalbrasil.globo.com).
Após a exibição, ele abre sua webcam para responder a perguntas dos usuários em um bate-papo ao vivo pela internet.
Peça sobre Zezé Macedo é reflexão sobre quem "trabalha com a alma e é julgada pela aparência"
Foto Divulgação | ||
Elenco da peça "A Vingança do Espelho", que chega a SP |
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
A feiura, diz Umberto Eco, não é só mais divertida, mas mais interessante do que a beleza. O raciocínio está bem ilustrado em "A Vingança do Espelho: A História de Zezé Macedo", que estreia na sexta, em São Paulo.
A peça conta a vida da atriz cujo nome, para boa parte das pessoas, traz à mente uma única imagem, se tanto: a da senhora baixinha e feiosa, de voz esganiçada, fazendo a puritana dona Bela ("Só pensa naquilo") na "Escolinha do Professor Raimundo".
E, no entanto, Maria José de Macedo (1916-1999) teve uma vasta e popular, ainda que hoje esquecida, carreira no cinema, na TV e no rádio, além de ter publicado poesia.
Marcada por sua aparência e sua voz, usou-as como atributos para se firmar como atriz cômica. Na vida privada, se dilacerou -inclusive fisicamente, por meio de inúmeras cirurgias plásticas- por conta da aparência.
"A Vingança do Espelho" mostra esses dilemas e alegrias numa narrativa metalinguística, criada pelo autor Flávio Marinho: os atores representam um grupo teatral que prepara um espetáculo sobre Zezé Macedo.
O público assiste às discussões sobre como montar a peça, com os atores apresentando e debatendo a vida e a carreira de Zezé e encenando, de forma não cronológica, alguns momentos marcantes -a fase na Atlântida, a estreia no rádio com o apoio de Dias Gomes, a "Escolinha".
"É uma peça muito simples, é em cima do ator, do espaço e da relação com o público. Como fala o Amir [Haddad, diretor], não tem truque, é só magia", diz Betty Gofman, que interpreta a atriz a quem cabe o papel de Zezé Macedo na montagem.
"Em momento algum eu tentei imitar a Zezé. Vi poucos filmes, pouca coisa dela. O que a gente fez foi tentar entender o que se passava na alma daquela mulher, tentar sentir o que ela sentia."
HOMENAGEM AO TEATRO
Aproveitando o fato de ser uma peça sobre a montagem de uma peça, "A Vingança do Espelho" discute a própria profissão teatral: os baixos salários, a escalação de atores com "presença midiática, para tirar a companhia do buraco", o favorecimento dos amigos, tudo vira tema.
"É uma grande reflexão sobre a fragilidade e a força do nosso ofício, e sobre a dificuldade de uma pessoa que trabalha com a alma e é julgada pela aparência", diz o diretor Amir Haddad.
"A TV começa a fazer tudo em cima de um certo tipo de imagem, você fica prisioneiro daquela imagem e não escapa mais, como a Zezé nunca se livrou."
A VINGANÇA DO ESPELHO: A HISTÓRIA DE ZEZÉ MACEDO
QUANDO: sex., 21h30; sáb., 21h; dom., 19h; de 9/3 a 29/4
ONDE: Teatro Vivo (av. Dr. Chucri Zaidan, 860, Morumbi; tel. 0/xx/11/7420-1520)
QUANTO: R$ 40 (sex.) e R$ 50 (sáb. e dom.); promoção no primeiro fim de semana: R$ 10
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos
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2ª edição revista e ampliada: "Do governo dos vivos", de Michel Foucault (188 páginas, 2011).
30,00
Qual é o núcleo duro do curso aqui transcrito e comentado? Qual foi o fio que conduziu Foucault ao longo das suas aulas? A resposta não é difícil: foi a história genealógica e a problematização da obediência, da conformação ao governamento (como condução das condutas), na nossa tradição ocidental.
Tenho certeza de que esta edição do curso Do governo dos vivos virá preencher brilhantemente uma lacuna na bibliografia foucaultiana em língua portuguesa. Faço votos de que todos aqueles que se interessam pelos estudos foucaultianos encontrem, neste livro, novos elementos para problematizarem o presente e, por aí, se sintam desafiados e encorajados a pensarem de outros modos.
Alfredo Veiga-Neto
'via Blog this'Especial aborda sumiço de Rubens Paiva, político preso em 1971
MATHEUS MAGENTAEm janeiro de 1971, o ex-deputado Rubens Paiva, cujo mandato cassado pela ditadura militar (1964-85), foi preso em sua casa no Rio por agentes dos órgãos de segurança. Foi a última vez que sua família o viu.
O fato é tema de "Uma História Inacabada", especial apresentado pela jornalista Miriam Leitão que vai ao ar hoje na Globo News. Paiva é um dos 183 desaparecidos na ditadura identificados pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.
A ideia do programa surgiu em dezembro passado, após a criação da Comissão da Verdade, grupo governamental que investigará e narrará violações a direitos humanos entre 1946 e 1988.
"Era um bom gancho para não deixar os desaparecidos como entes abstratos. Foram pessoas de carne e osso, que pertenceram às suas famílias e nunca mais foram encontradas", afirma a jornalista.
Foram entrevistados familiares, testemunhas, militares e autoridades da época e atuais, como a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos).
"Há relatos muito precisos sobre a tortura que ele sofreu na prisão", diz Leitão.
NA TV
Uma História Inacabada
Especial sobre Rubens Paiva
QUANDO hoje, 21h05, Globo News
CLASSIFICAÇÃO livre