A solicitação para a entrega do imóvel foi feita pelo proprietário, Flávio Maluf (que não tem relação familiar com Paulo Maluf). Ele responde pelo prédio há dois anos, desde a morte do pai.
Para manter viva a memória do cinema aberto há 68 anos, Sturm organizou duas retrospectivas, que começam a partir do dia 14.
Uma terá clássicos do cinema, como "Cidadão Kane" (41), "Apocalypse Now" (79) e "Quanto Mais Quente, Melhor" (59).
A outra, clássicos do Belas Artes, como "As Bicicletas de Belleville" (03), "Gritos e Sussurros" (72) e "Morte em Veneza" (71).
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Após a Folha antecipar ontem que o Bela Artes, um dos mais tradicionais cinemas de São Paulo, será fechado (no dia 27 de janeiro), o público das salas cresceu.
"Depois da reportagem, o o movimento aumentou", diz a gerente do Cine Belas Artes, Deize Perin, 28. "Não chegou a lotar nenhuma sala, mas a quantidade foi a mesma que o cinema recebe num sábado", ela conta.
Até às 19h de ontem, mais de 400 pessoas já haviam assistido às sessões em cartaz nas salas do local, que começou a funcionar em 1943 como Cine Ritz.
"O movimento está atípico. Geralmente, de segunda a quinta, pouca gente vem aqui", disse Perin.
Ela afirma que os funcionários, que já assinaram o aviso-prévio, se surpreenderam com os espectadores. "Muitos vêm falar com a gente indignados."
Quem comprava os ingressos podia aproveitar para subscrever o abaixo-assinado contra o fechamento do cinema, colocado na bilheteria do Belas Artes pelos próprios funcionários.
Para a próxima segunda-feira, está marcada uma passeata, às 19h, saindo do Belas Artes, com percurso previsto até o Masp.
"Temos esperança de que o dono do imóvel volte atrás porque o mais difícil, que era o patrocínio, o cinema conseguiu", diz Perin.
No dia 30 de dezembro, o proprietário do Belas Artes, André Sturm, recebeu uma notificação judicial avisando que o prédio na esquina da avenida Paulista com a rua da Consolação deve ser entregue até fevereiro.