segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O BANQUETE QUANDO hoje, às 19h ONDE Teatro Oficina (r. Jaceguai, 520, tel.0/xx/11/3106-2818) QUANTO grátis

Série "Dionisíacas" testou limites físicos do público

Oficina realizou marcha de 800 pessoas e peça de 7 horas de duração

Evento, que acaba hoje, simboliza derrubada da parede que separava teatro do terreno do Grupo Silvio Santos

ANA PAULA SOUSA
LUCAS NEVES

Na primeira noite, feito um Círio de Nazaré à paulistana, a rua Jaceguai, na Bela Vista, foi tomada por uma marcha de cerca de 800 pessoas.
O ritmo da caminhada era ditado por um coro de "ia,ia,ia,ia!", conduzido pela equipe do Oficina que, como os diretores de harmonia de uma escola de samba, gritava "vai" e "segura" para evitar que a corda se rompesse.
A segunda noite foi de confinamento. Por sete horas e meia, o público partilhou a arena do Teatro Oficina com atores e técnicos que, lá pelas tantas, já não se sabia se eram elenco ou plateia.
Foi assim, com um quê de prova física e outro de intervenção urbana, que o grupo de Zé Celso Martinez Correa encenou "Taniko - O Rito do Mar" e "Estrela Brazyleira a Vagar - Cacilda!!".
Apresentadas nas noites de sexta e sábado, as duas peças abriram a série "Dionisíacas", que reúne quatro espetáculos. O evento termina hoje, com "O Banquete".
As apresentações servem também como marco simbólico da derrubada da parede que separava o teatro do terreno vizinho, pertencente ao Grupo Silvio Santos.
O chão de terra e o que restou dos velhos muros compunham um cenário quase épico. Só não era épico porque, no meio das ruínas, foram armadas barraquinhas de comida.
Nos dois intervalos de "Cacilda!!", que começou com uma hora de atraso e teve duas paradas de 20 minutos, eram vendidos cachorro quente e pipocas em saquinho cor-de-rosa.

CATARSE COLETIVA
A história da atriz Cacilda Becker, contada com carnaval, cinema e corpos nus, dura mais de seis horas.
Houve quem desistisse na entrada. Mas a arena estava cheia. E foram muitos os resistentes que provaram estar com as costas em dia e vivenciaram o teatro como catarse.
Tinha sido assim também na sexta. A fábula sobre a viagem iniciática dos peregrinos japoneses de "Taniko" começou na tenda.
Mas quando os atores estenderam pelo palco uma corda dourada e instaram a plateia a descer da arquibancada e segui-los, ninguém hesitou.
Parecia até que, como do trio elétrico, atrás de Zé Celso só não vai quem já morreu.

Posted via email from franciscoripo

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