Dilma diz que vai produzir carta afirmando manutenção da legislação sobre aborto
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FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A TERESINA (PI)
NATUZA NERY
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
A candidata à Presidência do PT, Dilma Rousseff, disse há pouco que se comprometeu a produzir uma carta dizendo que não irá mexer na legislação sobre o aborto e que é contra o casamento entre homossexuais.
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Segundo a candidata, a carta foi definida após encontro que ela teve com evangélicos em Brasília hoje.
Dilma fez a declaração enquanto visitava o Centro Integrado de Reabilitação de Teresina.
PRESSÃO
Líderes evangélicos cobraram da candidata nesta quarta-feira que apresente uma "carta aberta à nação" com compromissos firmes contra temas-tabus para os religiosos.
O apelo é para que a petista seja mais contundente em relação ao aborto, casamento homossexual, adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo e liberdade religiosa.
Alguns líderes religiosos chegaram a garantir que, se eleita, ela vetará qualquer iniciativa que afronte algumas dessas pautas.
A sugestão foi apresentada hoje durante um encontro da candidata com 51 representantes dos segmentos evangélicos.
"Falar mal é fácil. Para falar bem você precisa de argumentação. [...] O problema é que estamos perdendo a guerra por falta de contundência", disse o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que nos últimos dias visitou 12 templos defendendo o voto em Dilma.
No discurso aos aliados, Dilma pediu o empenho das bases à sua campanha e, segundo relatos, teria repetido ser contra o aborto. No início de sua intervenção, a candidata declarou precisar primeiro da ajuda de Deus e dos votos cristãos para ganhar.
A avaliação dos aliados é de que é preciso executar ações de mídia para rebater os boatos que circulam nos segmentos religiosos contra a candidata. Após a reunião, políticos e líderes evangélicos gravaram depoimentos para serem usados na propaganda eleitoral.
"Ela não vai encaminhar nem sancionar qualquer coisa que ofenda os direitos religiosos, que descriminalize o aborto ou que promova o casamento homossexual", afirmou o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ).