sábado, 27 de agosto de 2011

"É um sentimento de tristeza, de raiva. Ele mata, destrói a vida de uma pessoa e não vai preso. Ele está livre. Vai apenas responder a um processo e a vida do meu irmão acabou. Político e rico não vão para a cadeia"

Subsecretário vai pagar enterro de atropelado no Rio

FELIPE MARTINS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

Parentes do pedreiro Ermínio Cosme Pereira, 58 anos, atropelado na noite de quinta-feira em Niterói (RJ) pelo subsecretário de Estado da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Alexandre Felipe, informaram que os assessores do político procuraram a família para custear o enterro, após a confirmação de morte cerebral.

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"É o mínimo que ele poderia fazer", disse a irmã Maria José Barreto, 50.

Maria José não escondia a revolta com a morte do irmão. "É um sentimento de tristeza, de raiva. Ele mata, destrói a vida de uma pessoa e não vai preso. Ele está livre. Vai apenas responder a um processo e a vida do meu irmão acabou. Político e rico não vão para a cadeia", disse.

O filho do pedreiro, Giovani Evangelista, 28, contestou as palavras do subsecretário Alexandre Felipe, que declarou ontem ao sair da delegacia ter perdido o controle do veículo ao ser "surpreendido por uma bicicleta".

"É mentira. Meu pai estava no canto da rua, a pé, levando a bicicleta ao lado. As testemunhas o viram antes atropelar uma mãe e os dois filhos dela. Ele atropelou meu pai 200 metros depois", disse.

Os filhos de Pereira autorizaram a doação de órgãos.

Ele está internado na CTI do hospital Azevedo Lima, em Niterói. A sua morte deve piorar a situação de Felipe, que, de lesão corporal culposa, deve passar a ser indiciado por homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar), em inquérito de responsabilidade da 81ª DP (Itaipu).

Pereira e outras três pessoas foram atropeladas por Alexandre Felipe na noite de quinta-feira.

O subsecretário, que já foi coordenador da Operação Lei Seca no Rio, afirmou que havia bebido apenas meia taça de vinho antes do acidente e que não havia alterado a sua percepção. Testemunhas dissera, no entanto, que ele dirigia em zigue-zague e parecia alcoolizado quando saiu do carro.

Ele depôs sobre o acidente ontem à tarde e não teve a carteira apreendida na Polícia Civil. O delegado Carlos Alexandre Leite informou que a medida seria uma punição administrativa que só poderia ser aplicada pelo Detran.

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