Com pedra e lâmpada fluorescente e gritando "sai veado", grupo ataca dupla na entrada do metrô Consolação
Os arquitetos Bruno Chiarioni Thomé, 33, e Rafael de Medeiros Ramos, 30, amigos desde a faculdade, voltavam de um bar na rua Augusta, às 5h, e iam pegar o metrô.
Quando estavam na esquina da Paulista, um copo de vidro foi lançado contra eles, sem os atingir. Logo depois, uma pedra do mosaico português da calçada acertou a cabeça de Bruno, a 5 cm da orelha esquerda, e depois bateu de raspão em Rafael.
Bruno se aproximou de um grupo de rapazes, todos aparentando ter cerca de 20 anos e bem vestidos, para perguntar se sabiam o que estava acontecendo.
"Eles já começaram a me xingar. Gritaram 'sai daqui, veado' e pegaram uma lâmpada que estava no chão para me bater", diz Bruno.
Os dois não são homossexuais. "Viram dois homens caminhando e deduziram."
Os jovens não pareciam pertencer a grupos de punks ou skinheads. "Pareciam adolescentes, com boné, tênis Nike, jeans, moletom largo", diz Rafael.
Caminhando um pouco atrás de Bruno, ao se aproximar, Rafael foi cercado por outros rapazes, que também começaram a bater nele.
Os dois revidaram e Bruno chegou a tomar a lâmpada fluorescente da mão de um agressor e bater nele com ela. Testemunhas gritavam do outro lado da rua.
Pouco depois, quando viram que os seguranças do metrô subiam as escadas da estação, os agressores fugiram. Apenas um foi reconhecido a tempo por Rafael. "Gritei: 'Pega ele!'. É o que tenho mais certeza de que estava no grupo, porque, quando eu caía no chão, ele sempre vinha dar um soco."
O rapaz, que tem 19 anos, foi levado ao 8º DP, no Belém (zona leste), com Rafael e os funcionários do Metrô, para fazer o registro do boletim de ocorrência. Na delegacia, ele disse que estava só passando pela rua e que tinha sido agredido por Rafael. A Folha tentou contato com ele, mas uma mensagem dizia que seu telefone estava "temporariamente fora de serviço".
Bruno levou sete pontos na cabeça, por causa da pedrada, e quebrou o dedo indicador da mão direita.
A investigação policial deve ser aberta hoje.
As vítimas, que não são homossexuais e se conhecem desde a faculdade, revidaram ataques dos jovens
CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO
Os arquitetos Bruno Chiarioni Thomé, 33, e Rafael de Medeiros Ramos, 30, amigos desde a faculdade, voltavam de um bar na rua Augusta, às 5h, e iam pegar o metrô.
Quando estavam na esquina da Paulista, um copo de vidro foi lançado contra eles, sem os atingir. Logo depois, uma pedra do mosaico português da calçada acertou a cabeça de Bruno, a 5 cm da orelha esquerda, e depois bateu de raspão em Rafael.
Bruno se aproximou de um grupo de rapazes, todos aparentando ter cerca de 20 anos e bem vestidos, para perguntar se sabiam o que estava acontecendo.
"Eles já começaram a me xingar. Gritaram 'sai daqui, veado' e pegaram uma lâmpada que estava no chão para me bater", diz Bruno.
Os dois não são homossexuais. "Viram dois homens caminhando e deduziram."
Os jovens não pareciam pertencer a grupos de punks ou skinheads. "Pareciam adolescentes, com boné, tênis Nike, jeans, moletom largo", diz Rafael.
Caminhando um pouco atrás de Bruno, ao se aproximar, Rafael foi cercado por outros rapazes, que também começaram a bater nele.
Os dois revidaram e Bruno chegou a tomar a lâmpada fluorescente da mão de um agressor e bater nele com ela. Testemunhas gritavam do outro lado da rua.
Pouco depois, quando viram que os seguranças do metrô subiam as escadas da estação, os agressores fugiram. Apenas um foi reconhecido a tempo por Rafael. "Gritei: 'Pega ele!'. É o que tenho mais certeza de que estava no grupo, porque, quando eu caía no chão, ele sempre vinha dar um soco."
O rapaz, que tem 19 anos, foi levado ao 8º DP, no Belém (zona leste), com Rafael e os funcionários do Metrô, para fazer o registro do boletim de ocorrência. Na delegacia, ele disse que estava só passando pela rua e que tinha sido agredido por Rafael. A Folha tentou contato com ele, mas uma mensagem dizia que seu telefone estava "temporariamente fora de serviço".
Bruno levou sete pontos na cabeça, por causa da pedrada, e quebrou o dedo indicador da mão direita.
A investigação policial deve ser aberta hoje.