quinta-feira, 30 de junho de 2011

Folha de S.Paulo - Contardo Calligaris: Passeatas diferentes - 30/06/2011

Folha de S.Paulo - Contardo Calligaris: Passeatas diferentes - 30/06/2011
CONTARDO CALLIGARIS

Passeatas diferentes


Por que alguém desfila para pedir não liberdade para si mesmo, mas repressão para os outros?


DOMINGO PASSADO, em São Paulo, foi o dia da Parada Gay.
Alguns criticam o caráter carnavalesco e caricatural do evento. Alexandre Vidal Porto, em artigo na Folha do próprio domingo, escreveu que, na luta pela aceitação pública, "é mais estratégico exibir a semelhança" do que as diferenças, pois a conduta e a aparência "ultrajantes" podem ter "efeito negativo" sobre o processo político que leva à igualdade dos homossexuais. Conclusão: "O papel da Parada é mostrar que os homossexuais são seres humanos comuns, que têm direito a proteção e respeito, como qualquer outro cidadão".
Entendo e discordo. Para ter proteção e respeito, nenhum cidadão deveria ser forçado a mostrar conformidade aos ideais estéticos, sexuais e religiosos dominantes. Se você precisa parecer "comum" para que seus direitos sejam respeitados, é que você está sendo discriminado: você não será estigmatizado, mas só à condição que você camufle sua diferença.
Importa, portanto, proteger os direitos dos que não são e não topam ser "comuns", aqueles cujos comportamentos "caricaturais" testam os limites da aceitação social.
Nos últimos anos, mundo afora, as Paradas Gays ganharam a adesão de milhões de heterossexuais porque elas são o protótipo da manifestação libertária: pessoas desfilando por sua própria liberdade, sem concessões estratégicas. É essa visão que atrai, suponho, as famílias que adotam a Parada Gay como programa de domingo. A "complicação" de ter que explicar às crianças a razão de homens se esfregarem meio pelados ou de mulheres se beijarem na boca é largamente compensada pela lição cívica: com o direito deles à diferença, o que está sendo reafirmado é o direito à diferença de cada um de nós.
O mesmo vale para a Marcha para Jesus, que foi na última quinta (23), também em São Paulo. Para muitos que desfilaram, imagino que a passeata por Jesus tenha sido um momento de afirmação positiva de seus valores e de seu estilo de vida -ou seja, um desfile para dizer a vontade de amar e seguir Cristo, inclusive de maneira caricatural, se assim alguém quiser.
Ora, segundo alguns líderes evangélicos, os manifestantes de quinta-feira não saíram à rua para celebrar sua própria liberdade, mas para criticar as recentes decisões pelas quais o STF reconheceu a união estável de casais homossexuais e autorizou as marchas pela liberação da maconha. Ou seja, segundo os líderes, a marcha não foi por Jesus, mas contra homossexuais e libertários.
Pois é, existem três categorias de manifestações: 1) as mais generosas, que pedem liberdade para todos e sobretudo para os que, mesmo distantes e diferentes de nós, estão sendo oprimidos; 2) aquelas em que as pessoas pedem liberdade para si mesmas; 3) aquelas em que as pessoas pedem repressão para os outros.
O que faz que alguém desfile pelas ruas para pedir não liberdade para si mesmo, mas repressão para os outros?
O entendimento trivial desse comportamento é o seguinte: em regra, para combater um desejo meu e para não admitir que ele é meu, eu passo a reprimi-lo nos outros.
Seria simplório concluir que os que pedem repressão da homossexualidade sejam todos homossexuais enrustidos. A regra indica sobretudo a existência desta dinâmica geral: quanto menos eu me autorizo a desejar, tanto mais fico a fim de reprimir o desejo dos outros. Explico.
Digamos que eu seja namorado, corintiano, filho, pai, paulista, marxista e cristão; cada uma dessas identidades pode enriquecer minha vida, abrindo portas e janelas novas para o mundo, permitindo e autorizando sonhos e atos impensáveis sem ela. Mas é igualmente possível, embora menos alegre, abraçar qualquer identidade não pelo que ela permite, mas por tudo o que ela impede.
Exemplo: sou marido para melhor amar a mulher que escolhi ou sou marido para me impedir de olhar para outras? Não é apenas uma opção retórica: quem vai pelo segundo caminho se define e se realiza na repressão -de seu próprio desejo e, por consequência, do desejo dos outros. Para se forçar a ser monogâmico, ele pedirá apedrejamento para os adúlteros: reprimirá os outros, para ele mesmo se reprimir. No contexto social certo, ele será soldado de um dos vários exércitos de pequenos funcionários da repressão, que, para entristecer sua própria vida, precisam entristecer a nossa.

ccalligari@uol.com.br

@ccalligaris

Para ter proteção e respeito, nenhum cidadão deveria ser forçado a mostrar conformidade aos ideais estéticos, sexuais e religiosos dominantes.

CONTARDO CALLIGARIS 

Passeatas diferentes 


Por que alguém desfila para pedir não liberdade para si mesmo, mas repressão para os outros?

DOMINGO PASSADO, em São Paulo, foi o dia da Parada Gay.
Alguns criticam o caráter carnavalesco e caricatural do evento. Alexandre Vidal Porto, em artigo na Folha do próprio domingo, escreveu que, na luta pela aceitação pública, "é mais estratégico exibir a semelhança" do que as diferenças, pois a conduta e a aparência "ultrajantes" podem ter "efeito negativo" sobre o processo político que leva à igualdade dos homossexuais. Conclusão: "O papel da Parada é mostrar que os homossexuais são seres humanos comuns, que têm direito a proteção e respeito, como qualquer outro cidadão".
Entendo e discordo. Para ter proteção e respeito, nenhum cidadão deveria ser forçado a mostrar conformidade aos ideais estéticos, sexuais e religiosos dominantes. Se você precisa parecer "comum" para que seus direitos sejam respeitados, é que você está sendo discriminado: você não será estigmatizado, mas só à condição que você camufle sua diferença.
Importa, portanto, proteger os direitos dos que não são e não topam ser "comuns", aqueles cujos comportamentos "caricaturais" testam os limites da aceitação social.
Nos últimos anos, mundo afora, as Paradas Gays ganharam a adesão de milhões de heterossexuais porque elas são o protótipo da manifestação libertária: pessoas desfilando por sua própria liberdade, sem concessões estratégicas. É essa visão que atrai, suponho, as famílias que adotam a Parada Gay como programa de domingo. A "complicação" de ter que explicar às crianças a razão de homens se esfregarem meio pelados ou de mulheres se beijarem na boca é largamente compensada pela lição cívica: com o direito deles à diferença, o que está sendo reafirmado é o direito à diferença de cada um de nós.
O mesmo vale para a Marcha para Jesus, que foi na última quinta (23), também em São Paulo. Para muitos que desfilaram, imagino que a passeata por Jesus tenha sido um momento de afirmação positiva de seus valores e de seu estilo de vida -ou seja, um desfile para dizer a vontade de amar e seguir Cristo, inclusive de maneira caricatural, se assim alguém quiser.
Ora, segundo alguns líderes evangélicos, os manifestantes de quinta-feira não saíram à rua para celebrar sua própria liberdade, mas para criticar as recentes decisões pelas quais o STF reconheceu a união estável de casais homossexuais e autorizou as marchas pela liberação da maconha. Ou seja, segundo os líderes, a marcha não foi por Jesus, mas contra homossexuais e libertários.
Pois é, existem três categorias de manifestações: 1) as mais generosas, que pedem liberdade para todos e sobretudo para os que, mesmo distantes e diferentes de nós, estão sendo oprimidos; 2) aquelas em que as pessoas pedem liberdade para si mesmas; 3) aquelas em que as pessoas pedem repressão para os outros.
O que faz que alguém desfile pelas ruas para pedir não liberdade para si mesmo, mas repressão para os outros?
O entendimento trivial desse comportamento é o seguinte: em regra, para combater um desejo meu e para não admitir que ele é meu, eu passo a reprimi-lo nos outros.
Seria simplório concluir que os que pedem repressão da homossexualidade sejam todos homossexuais enrustidos. A regra indica sobretudo a existência desta dinâmica geral: quanto menos eu me autorizo a desejar, tanto mais fico a fim de reprimir o desejo dos outros. Explico.
Digamos que eu seja namorado, corintiano, filho, pai, paulista, marxista e cristão; cada uma dessas identidades pode enriquecer minha vida, abrindo portas e janelas novas para o mundo, permitindo e autorizando sonhos e atos impensáveis sem ela. Mas é igualmente possível, embora menos alegre, abraçar qualquer identidade não pelo que ela permite, mas por tudo o que ela impede.
Exemplo: sou marido para melhor amar a mulher que escolhi ou sou marido para me impedir de olhar para outras? Não é apenas uma opção retórica: quem vai pelo segundo caminho se define e se realiza na repressão -de seu próprio desejo e, por consequência, do desejo dos outros. Para se forçar a ser monogâmico, ele pedirá apedrejamento para os adúlteros: reprimirá os outros, para ele mesmo se reprimir. No contexto social certo, ele será soldado de um dos vários exércitos de pequenos funcionários da repressão, que, para entristecer sua própria vida, precisam entristecer a nossa. 

ccalligari@uol.com.br 

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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Folha.com - Eliane Cantanhêde - E nós com isso? - 29/06/2011

Folha.com - Eliane Cantanhêde - E nós com isso? - 29/06/2011: "FOLHA"

A graninha boa que o BNDES está despejando corresponde a 85% do capital para concretizar o negócio, e o super-gigante resultante dos dois gigantes terá nada mais nada menos que 32% do varejo nacional.

Agora é que nós, os leigos, vamos ver se o Cade é mesmo para valer. No mínimo, queremos respostas para entender tudo direitinho, certo? Até porque, no final, nós é que vamos pagar a conta.

NOVO PÃO DE AÇÚCAR PERGUNTAS E RESPOSTAS - franciscoripo

NOVO PÃO DE AÇÚCAR PERGUNTAS E RESPOSTAS - franciscoripo

NOVO PÃO DE AÇÚCAR PERGUNTAS E RESPOSTAS

1
O negócio passará por órgãos de concorrência?

Está sujeito à avaliação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) no Brasil. Na França, o Casino passará a ter uma participação indireta no Carrefour, o que pode chamar a atenção das autoridades locais.

2
O governo brasileiro aprova a fusão?

Sim, pois o BNDES aceitou virar sócio do negócio, levando quase R$ 4 bilhões para viabilizar a nova empresa.

3
Se o Casino vetar a operação, o negócio termina?

Sim. O Casino, que divide o comando da rede, tem poder de veto para assuntos estratégicos no Pão de Açúcar.

4
Como ficam as participações de Abilio Diniz e Casino na nova empresa?

Diniz teria 17%. Casino, 29%.

5
Lojas podem fechar, resultando em demissões?

Sim. Nas capitais do Sudeste, por exemplo, há sobreposição de 5% a 8%.

6
Os preços dos produtos podem subir?

A diminuição da concorrência reduz a competitividade e estimula preços mais altos.

7
Qual é o tamanho da nova empresa?

Teria 32% do setor supermercadista nacional.

Image

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Por que o dinheiro público, coletado dos impostos, deve ser utilizado para financiar fusões de interesse privado? Carrefour-Pão de Açúcar - franciscoripo

Por que o dinheiro público, coletado dos impostos, deve ser utilizado para financiar fusões de interesse privado? Carrefour-Pão de Açúcar - franciscoripo

Por que o dinheiro público, coletado dos impostos, deve ser utilizado para financiar fusões de interesse privado? Carrefour-Pão de Açúcar

De que adianta ter empresas campeãs se os derrotados são os brasileiros?

DIOGO COSTA
ESPECIAL PARA A FOLHA 

Apoiar a fusão Carrefour-Pão de Açúcar pode vir a ser a mais nova missão do BNDES.
Enquanto burocratas e empresários discutem os detalhes de como proceder com a criação do "Carreçúcar", uma questão relacionada deveria preocupar analistas políticos e econômicos: por que o dinheiro público, coletado dos impostos, deve ser utilizado para financiar fusões de interesse privado?
Luciano Coutinho, presidente do BNDES, justifica as práticas do banco no modelo desenvolvimentista de planejamento econômico.
Em entrevista de 2009, Coutinho disse que "o Brasil precisa ter campeãs mundiais". A obsessão por "campeãs mundiais" pode fazer com que se perca a noção de que campeonato estamos disputando. De fato, o "Carreçúcar" pode se tornar uma empresa campeã.
Mas, quando pensamos no que é mais desejável para a sociedade, o título de campeão vale menos que a campanha. Em um regime de livre concorrência, ensina a velha teoria econômica, venceria a empresa que melhor atendesse as demandas dos consumidores.
Mas, no modelo brasileiro de capitalismo, a vitória de uma empresa não necessariamente corresponde a sua capacidade de satisfazer a sociedade. A justificativa é que o BNDES investe nos setores em que o país demonstra competitividade. Mas a competitividade de um país não se planeja -se descobre.
Há alguns anos, não se imaginava que a Índia se tornaria a grande exportadora de especialistas na tecnologia da informação. Também não se sabia que as Filipinas viriam a dominar o mercado mundial de circuitos integrados. Nem que o Chile se tornaria um grande exportador de salmão.
Só podemos saber de fato em que setores o Brasil é mais competitivo quando todos forem tratados igualmente e sem privilégios.
Há ainda um problema de incentivos. Diferentemente de um investidor privado, o BNDES não irá à falência se suas decisões se mostrem equivocadas. Quando uma empresa subsidiada pelo BNDES quebra, quem fica com a conta são os consumidores. É o socialismo invertido: o lucro é privatizado e os prejuízos são socializados.
A visão econômica por trás da fusão entre Carrefour e Pão de Açúcar não é nova. É apenas uma nova manifestação da velha ideologia desenvolvimentista. E a história do século 20 atesta o seu fracasso. De que adianta o Brasil ter empresas campeãs, quando os derrotados são os próprios brasileiros?

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terça-feira, 28 de junho de 2011

Cinema novo

Cinemateca Brasileira ganha depósito na Vila Leopoldina para parte do acervo, em espaço que abrigará também museu e oficina

Marcelo Justo/Folhapress
Latas de filmes chegam ao novo prédio da Cinemateca Brasileira 

ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO

Nas próximas semanas, alguns dos 200 mil rolos que ocupam a sede da Cinemateca Brasileira, na Vila Clementino, vão percorrer a cidade.
Em carros refrigerados, sairão da zona sul rumo à zona oeste. Chegando ao galpão da Vila Leopoldina, sua nova casa, os filmes vão dormir numa antecâmara, para não sofrer choques térmicos.
Uma vez adaptados, os rolos migrarão para as prateleiras novinhas que ocupam duas câmeras refrigeradas a 5ºC. Hoje, eles estão armazenados sob 12ºC ou 15ºC.
"Nossos depósitos estavam chegando ao limite", diz Carlos Magalhães, diretor da Cinemateca Brasileira. "Com o novo espaço, cresce em 25% a capacidade de armazenamento. Além da expansão natural e necessária, vai permitir a separação do acervo."
E, se vista sob a perspectiva histórica, a inauguração desse espaço, prevista para daqui a três semanas, tem ainda mais significado.
É que a história da Cinemateca, nascida como um clube de cinema, em 1940, sempre marcada por tropeços, refletiu, durante muito tempo, o descaso do Brasil com sua memória cultural.
A falta de sedes -o espaço da Vila Clementino só foi inaugurado em 1992 - e a dificuldade para implantar uma política contínua chegaram a ser vistas, por um dos seus criadores, Paulo Emílio Salles Gomes (1916-1977), como sina irreversível.
"Quando chegamos aqui, só corríamos atrás do prejuízo, salvando filmes que estavam desaparecendo", diz Maria Dora Mourão, presidente da Associação da Amigos da Cinemateca. "Agora, finalmente, conseguimos pensar em preservação."
Além de funcionar como reserva técnica, o novo espaço vai abrigar, futuramente, um museu do cinema.
Em três meses, será aberta uma oficina de manutenção de equipamentos que o mercado já não usa, mas que, para a cinemateca, são essenciais, como a moviola.
"Os velhos técnicos vão formar novos técnicos", diz Magalhães. Tudo o que for reformado vai compor o museu destinado a contar a evolução técnica da atividade.
Fruto de uma costura política que envolveu o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e a prefeitura de São Paulo, a ocupação do galpão que, antes, abrigava uma fábrica de bombas hidráulicas, chama a atenção pelo arrojo arquitetônico e pela dimensões.
Um problema: está numa região martirizada por alagamentos. "Por precaução, os filmes vão ficar no mezanino", avisa Magalhães.

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domingo, 26 de junho de 2011

MEMÓRIA DA DITADURA

No dia em que Vladimir Herzog faria 74 anos, o instituto que leva seu nome lança a coleção de 12 DVDs "Protagonistas dessa História", com testemunhos de José Hamilton Ribeiro, Tetê Moraes e outros que fizeram da imprensa a trincheira de combate à ditadura. O evento acontece no Memorial da Resistência, na Estação Pinacoteca.
resistirepreciso.org.br
São Paulo | 27/6

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sexta-feira, 24 de junho de 2011

"Cidade Submersa"

Teatro da Vertigem faz intervenção em SP

Grupo ganhou prêmio na Quadrienal de Praga e propõe novo significado para a relação do homem e seu entorno

Ação acontece hoje no terreno que já abrigou a antiga rodoviária da Luz e que deve se tornar o novo Teatro da Dança 

GABRIELA MELLÃO 
DE SÃO PAULO 

Depois de encenar espetáculos em presídio, igreja e hospital, o Teatro da Vertigem vai invadir o centro da cidade de São Paulo. 
Desde "BR-3", que acaba de render ao grupo o prêmio de melhor produção teatral dos últimos cinco anos, na 12ª Quadrienal de Praga, a companhia se libertou dos edifícios para se relacionar diretamente com os locais públicos da metrópole. 
Desta vez, o grupo confronta o homem com espaços urbanos degradados. 
Liderada pelo iluminador Guilherme Bonfati, que experimenta a direção pela primeira vez de modo autônomo, a intervenção artística "Cidade Submersa" acontece apenas hoje no terreno baldio que já abrigou a rodoviária do bairro da Luz. 
"A proposta é instaurar uma atmosfera que tire as pessoas do cotidiano e do tempo de uma grande cidade", explica Bonfati. 
Para diretor, o homem deixou de notar o espaço urbano. Não por acaso, o local faz parte de sua memória. 
Bonfati é do interior do Estado e foi frequentador assíduo da rodoviária. "Queria falar sobre espaços que são demolidos e desaparecem do imaginário. Aquele lugar já teve significado para mim." 
No local, ele fez uma coleta e reuniu mais de 100 objetos, como pedaços de cerâmica da antiga estação e carteiras de identidade perdidas. 
Bonfati propõe uma escavação arqueológica para ressignificar a relação do homem com o seu entorno. Os espectadores serão estimulados a refletir sobre o que é descartado. Irão extrair objetos do solo e catalogá-los. 
"O próprio ato de escavar a terra é um jogo tátil, distante da nossa realidade, em que tudo é impermeabilizado. Acredito que a intervenção irá produzir algum sentido nas pessoas", aposta. 

CIDADE SUBMERSA

QUANDO hoje, às 18h 
ONDE entre av. Duque de Caxias e r. Galvão Bueno(tel.0/xx/11/ 3255-2713) 
QUANTO grátis 
CLASSIFICAÇÃO não informada 

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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Nildo Avelino | UFPB - Universidade Federal da Paraíba - Academia.edu

Nildo Avelino | UFPB - Universidade Federal da Paraíba - Academia.edu

Avelino: Anarquismos e governamentalidade - Google Acadêmico

GOVERNAMENTALIDADE:
Avelino: Anarquismos e governamentalidade - Google Acadêmico

GOVERNAMENTALIDADE

REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIA POLÍTICA
Dossiê "Dominação e contra-Poder"
n º 5 - Brasília, janeiro / julho de 2011
Governamentalidade e Democracia liberal: Novas Abordagens em Teoria Política
Nildo Avelino
Resumo

Curso inédito no Du gouvernement des vivants (1980), Foucault introduziu o Tema daanarqueologia ABORDA Que o Governo dos Homens Pela Verdade. Este ARTIGO Procura situar uma anarqueologia n um Contribuição Mais Importante de Foucault par com o debate uma Teoria Política: OS estudos em governamentalidade . Ao conferir Maior Grau de Complexidade Às Investigações de Foucault Acerca do Poder, um anarqueologia possibilita Repensar uma Força causal dos Discursos nd Prática Política e estabelecer interlocuções não Sobre debate como democracias LIBERAIS eA Constituição do Sujeito Democrático no interior do Seu campo reflexivo.

Palavras-chave: t eoria p olítica; d emocracia l iberal; s ubjetividade; g overnamentalidade;um narqueologia.

GOVERNAMENTALIDADE

REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIA POLÍTICA 
Dossiê "Dominação e contra-Poder"
n º 5 - Brasília, janeiro / julho de 2011
Governamentalidade e Democracia liberal: Novas Abordagens em Teoria Política 
Nildo Avelino
Resumo

Curso inédito no Du gouvernement des vivants (1980), Foucault introduziu o Tema daanarqueologia ABORDA Que o Governo dos Homens Pela Verdade. Este ARTIGO Procura situar uma anarqueologia n um Contribuição Mais Importante de Foucault par com o debate uma Teoria Política: OS estudos em governamentalidade . Ao conferir Maior Grau de Complexidade Às Investigações de Foucault Acerca do Poder, um anarqueologia possibilita Repensar uma Força causal dos Discursos nd Prática Política e estabelecer interlocuções não Sobre debate como democracias LIBERAIS eA Constituição do Sujeito Democrático no interior do Seu campo reflexivo.

Palavras-chave: eoria olítica; emocracia iberal; ubjetividade; overnamentalidade;um narqueologia.

 Ler: GOVERNAMENTALIDADE

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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Proudhon, Foucault e a "anarqueologia dos saberes&quot

Check out this website I found at bv.fapesp.br

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Santiago, Chile, de 12 a 16 de julho de 2009.

Political Theory
Nildo Avelino

Abstract
At the 1990s post anarchism brought forward analogies between 19th and 20th Century anarchist thought, and
what we may call poststructuralist thinking. This allowed anarchism to  be returned to the academy, not as an
object of study, but as an analytical tool for studying the exercise of power. None the less, according to  post
anarchists, anarchism don’t makes distinctions between its own thinking and Marxist or liberal theories on the
subject of power, in  that anarchism understands power as essentially  repressive and  acting  against a
fundamentally good human nature. In this paper I take a positive approach to anarchism, offering an analysis in
terms of the relations of forces in  the political arena; this is a fundamental approach  in  studies in 
governmentality. Foucault, rejecting  both  legal and  liberal as well as Marxist approaches in  his analysis of
power, brought to bear what he called the “Nietzchean hypothesis”, which examines together both principle and 
motive in political power in society, in war, struggle and confrontation. Proudhon understood war as stemming
from a state of continual conflict of forces, operating at the level of the individual, the state and the economy.
With  this understanding  of struggle, he distanced  himself from the lawcentric influences of the French
Revolution  and  also  from the historical school of Savigny, directing  his critique at government as a practical
authority. Proudhon bases his analysis of government on the way it works, on how government power is used.
Keywords: Anarchism, Postanarchism, Proudhon, Foucault, Power, Government
read

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Santiago, Chile, de 12 a 16 de julho de 2009.

Nildo Avelino
Sessão: Political Theory.
Resumo
Nos anos 1990 é colocado em evidência pelo pós-anarquismo um certo número de analogias entre o pensamento 
anarquista dos séculos XIX e XX e aquilo  que se convencionou chamar pensamento  pós-estruturalista. Isso 
permitiu  ao  anarquismo  entrar na universidade não  mais como  objeto  de estudos, mas como  instrumento 
analítico para analisar o exercício do poder. Todavia, segundo o pós-anarquismo, o anarquismo compartilha da
mesma análise do  poder das teorias marxistas e liberais, análise que toma o  poder como  essencialmente
repressivo  agindo  sobre uma natureza humana boa. Neste artigo  proponho  uma abordagem positiva do 
anarquismo, através de uma analítica em termos de relação  de forças no  domínio  político, um dos aspectos
fundamentais dos estudos em governamentalidade. Foucault, ao  recuar tanto  a concepção  jurídica e liberal
quanto a concepção marxista, introduziu na sua analítica do poder o que chamou de “hipótese Nietzsche” que
consiste em tomar como  princípio  e motor do poder político  de nossas sociedades a guerra, a luta e o
afrontamento. Proudhon retomou a guerra a partir de estado de combate perpétuo de forças agindo do indivíduo 
à economia política. Com esta lógica guerreira, se esquiva das influências do  legiscentrismo  resultante da
Revolução Francesa, bem como de seu oposto, a escola histórica de Savigny, dirigindo sua crítica ao governo 
como  práticas de autoridade. Proudhon estabelece sua análise do  governo a partir de seu exercício efetivo, de
como o poder governamental é exercido.
Palavras-chave: Anarquismo, Pós-anarquismo, Proudhon, Foucault, Poder, Governo

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Nildo Avelino

Anarquismo e Governamentalidade poder e governo em Proudhon e Foucault

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Revista Brasileira de Ciências Sociais - Governamentalidade e Anarqueologia em Michel Foucault

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sábado, 18 de junho de 2011

VÊNUS NEGRA

Cineasta recupera trágica exploração do corpo negro 

"Vênus Negra" narra a história de africana exibida como fera na Europa

Abdellatif Kechiche, diretor do filme, diz que a obra reflete o olhar que os europeus lançam sobre os estrangeiros 

ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO 

Exibido pela primeira vez no Festival de Veneza, em 2010, "Vênus Negra" causou impacto na plateia cinéfila e majoritariamente branca. 
Parte do público, concluídas as duas horas e 40 minutos de projeção, aplaudiu fortemente o filme. Parte, respirou com alívio: tinha acabado o sofrimento. 
Para recuperar a tragédia de Saartjie Baartman, a Vênus do título, mulher que foi tirada da África no século 19 para fazer "espetáculos" na Europa, o diretor Abdellatif Kechiche colocou o espectador do século 21 no lugar dos espectadores da época. 
O filme refaz, passo a passo, o curso da mulher que, pela diferença física, atraiu o olhar burguês. Exibida primeiro como fera e depois como "artista", Saartjie iniciou seu périplo em Londres e terminou a vida em Paris. 
Nos salões de luxo e luxúria, tinha os seios apalpados pelos homens e o cabelo tocado pelas mulheres. Sua voz jamais era ouvida. 
É sobretudo na reconstituição dos "espetáculos" feitos por esse corpo que se apoia a narrativa de "Vênus Negra". E foi a reiteração dessas cenas que motivou algumas críticas feitas a Kechiche em Veneza -apesar de os elogios prevalecerem. 
Dois dias após a exibição do filme, o diretor conversou com aFolha. Era visível sua irritação com tais críticas. "Me assusta e me incomoda alguém achar que eu possa ter passado do limite. Não aceito que questionem minha liberdade." 
Nascido na Tunísia e radicado na França, Kechiche, 50, participou de vários filmes como ator antes de estrear na direção. O cineasta interessou-se pela história quando, no ano 2000, a África do Sul pediu a reconstituição do corpo de Saartjie, que passara 200 anos num museu francês. 
"Não se trata necessariamente de uma história do passado", diz. "Esse corpo foi exibido até o fim do século 20. E o que aconteceu com ela não me parece tão distante do terrível discurso de certos políticos franceses." 
O cineasta se refere ao olhar que os europeus -e os franceses, em especial- depositam sobre os estrangeiros neste início de século. 
"Proponho uma reflexão sobre nosso olhar não apenas sobre os outros, mas sobre as imagens que consumimos." 
As cenas que Kechiche deseja entregar não apaziguam nem divertem. "O cinema pode apenas entreter. Mas eu acredito na força espiritual do cinema, acredito que podemos comunicar algumas coisas aos homens por meio dele", reitera. 
Em "Vênus Negra", parte dessa força vem do rosto da atriz Yahima Torres, de origem cubana, que faz aqui sua estreia no cinema. "Seu rosto carrega toda a experiência, toda inteligência e todo o sofrimento pelo qual a Saartjie passou." 

VÊNUS NEGRA 

DIREÇÃO Abdellatif Kechiche 
PRODUÇÃO França/Itália/, 2010 
COM Yahima Torres, André Jacobs 
ONDE nos cines Espaço Unibanco Pompeia, Frei Caneca e Reserva Cultural 
CLASSIFICAÇÃO 16 anos 

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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Solicito divulgação da carta abaixo. Abraços.

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Marcelo Zelic <mzelic@uol.com.br>
Data: 17 de junho de 2011 20:32
Assunto: Solicito divulgação da carta abaixo. Abraços.
Para: Gelson Lima Santos <gelsonlimasantos2009@hotmail.com>


Solicitamos divulgação da carta abaixo assinada por, Anivaldo Padilha, Marcelo Zelic, Roberto Monte e Vicente Roig e publicada no site Conversa Afiada.
 
Contamos com o apoio.
 
Abraços
 
Marcelo Zelic
Vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo
Coordenador do Projeto Armazém Memória
(11) 3052-2141
(11) 9206-9284
www.armazemmemoria.com.br
mzelic@uol.com.br
 
Lixo_debaixo_do_tapete_genizah
imagem: Genizah Hermes Fernandes
 
CUMPRA-SE A SENTENÇA INTEIRA
Por Anivaldo Padilha, Marcelo Zelic, Roberto Monte e Vicente Roig *

O estado brasileiro publicou no site da Secretaria de Direitos Humanos comunicado informando que efetuou a publicação no Diário Oficial e no jornal O Globo dia 15/06 da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre o caso Julia Gomes Lund e outros.

Diz a nota da Ministra:

“Publicar o resumo dessa sentença é parte do cumprimento do Estado brasileiro em relação ao que foi decidido pela Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso da Guerrilha do Araguaia (1972-1975).

Dentre os aspectos emblemáticos da sentença destaca-se a necessidade de continuar as buscas para identificar e entregar os restos mortais dos desaparecidos políticos aos seus familiares; oferecer tratamento médico, psicológico e psiquiátrico para as vítimas que requeiram e, sistematizar as informações sobre a Guerrilha e demais violações ocorridas durante o regime militar no Brasil.”

De fato, é parte do cumprimento da sentença dar ciência à população brasileira dos termos da condenação do Brasil pelos fatos ocorridos na Guerrilha do Araguaia, cumprir o prazo de divulgação, mesmo que no último dia, sinaliza desejo de cumprimento, mas destacar como emblemático somente as buscas aos desaparecidos, é reduzir a abrangência da condenação que o Brasil sofreu na Corte.


É necessário que o país cumpra a sentença INTEIRA. A apuração dos fatos e a responsabilização dos culpados pelos assassinatos, torturas e desaparecimentos forçados, entendidos na jusrisprudência da Corte Interamericana como crimes de lesa-humanidade, TAMBÉM TEM DE SER cumprida pelo Estado.


Estamos no meio do ano e para cumprir a sentença é preciso remover os obstáculos que impedem a apuração e a responsabilização dos autores destes crimes julgados na Corte, ou seja, reorientar o judiciário brasileiro sobre a interpretação da Lei de Anistia, possibilitando aos atingidos e ao Ministério Público Federal abrirem processos e para isso a posição da AGU vai na contra-mão das intenções sinalizadas pela Ministra Maria do Rosário em seu comunicado.


No capítulo XI da sentença, que trata sobre as reparações esperadas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, temos que o estado Brasileiro tem a obrigação de investigar os fatos e se for o caso punir. Desta forma o posicionamento da AGU reafirmando a prevalência da decisão do STF frente aos tratados internacionais, incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro, é uma afronta à Corte e aos cidadãos brasileiros.


Não se cumprem sentenças condenatórias pela metade, não se escolhe o que cumprir e o que não cumprir de uma condenação.


PELO RESPEITO AOS TRATADOS INTERNACIONAIS PRESENTES EM NOSSO ORDENAMENTO JURÍDICO.

PELA REVISÃO DA DECISÃO DA ADPF 153 PELO STF.

PELA ALTERAÇÃO DA LEI DE ANISTIA E APROVAÇÃO DO PL DA DEPUTADA FEDERAL LUIZA ERUNDINA.

PELO FIM DO SIGILO ETERNO.

O não cumprimento integral da sentença, diminue o esforço pela criação da Comissão da Verdade. Discutirmos sua criação e silenciarmos frente a revisão da ADPF 153 traz insegurança jurídica para o avanço dos direitos humanos no Brasil e nega-se a justiça.

Sabemos do compromisso da Ministra Maria do Rosário com o direito à verdade e a justiça, mas é impensável para os defensores de direitos humanos que o Governo de nossa presidenta Dilma Rousseff insista em remar contra a corrente da evolução dos direitos humanos e da luta contra os crimes de lesa-humanidade no continente e procure esconder em baixo do tapete a impunidade que tanto tem prejudicado nosso país !


Para os que desejarem consultar os termos da condenação do Brasil vejam a partir das páginas apontadas abaixo.


XI. REPARAÇÕES 245


A. Parte Lesionada 251

B. Obrigações de investigar os fatos, julgar e, se for o caso, punir os responsáveis, e de determinar o paradeiro das vítimas 253

C. Outras medidas de reabilitação, satisfação e garantias de não repetição 264

D. Indenizações, custas e gastos 298


Leia aqui a íntegra da sentença:

http://www.direitoshumanos.gov.br/sobre/sistemasint/lund.pdf


Abraços

*
Anivaldo Padilha

Ex-preso político

Membro da Igreja Metodista e associado de KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço


Marcelo Zelic

Vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo

Coordenador do Projeto Armazém Memória


Roberto Monte

Coordenador da Rede de Direitos Humanos e Cultura – DHNet

Coordenador do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular do Rio Grande do Norte


Vicente Roig

Advogado

Ex-preso político

Vice-Presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo

Secretário Geral do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Estado de São Paulo

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Lésbicas de Cristo

Igreja evangélica fundada por mulheres homossexuais no centro de São Paulo quer acolher " escorraçados pela intolerância"

Eduardo Anizelli/Folhapress
Pastora Rosania Rocha (à esq.) e a missionária Lanna Holder 

LAURA CAPRIGLIONE
DE SÃO PAULO 

Lanna Holder, a ex-lésbica, ex-drogada e ex-alcoólotra pregadora evangélica, era a prova cabal do poder curador de Deus na vida dos que nele creem. Pois foi só se converter ao evangelho, e Lanna, então com 20 anos, deixou para trás um pelotão de namoradas suspirantes e as noitadas movidas a cocaína e hectolitros de álcool, consumidos diariamente.
"Centenas de ministérios disputavam "a tapas" a presença da carismática Lanna em seus púlpitos. Em pouco tempo, ela se transformou em uma espécie de "avatar da sorte" para quem quisesse manter sua congregação lotada", escreve um pastor, a respeito da hoje desafeta.
Lanna subia ao altar e contava com voz de contralto como o milagre ocorrera em sua vida "dissoluta". A apoteose era quando apresentava o maridão emocionado e o filho. O templo vinha abaixo.
Dezesseis anos depois da conversão, a campeã da fé, agora com 36 anos, acaba de abrir uma nova igreja evangélica em São Paulo, a Comunidade Cidade de Refúgio, no centro de São Paulo.
Surpresa: em vez dos testemunhos de como se curou da "praga gay", Lanna Holder rendeu-se à homossexualidade. Ela tem até uma companheira na empreitada, a pastora e cantora gospel Rosania Rocha, 38.
As duas estão juntas há cinco anos, desde que largaram os maridos e oficializaram seus divórcios. No tempo em que era o troféu da fé, Lanna lidou com o que hoje chama de "culpa extrema". "Eu pregava o que desejava que acontecesse comigo", diz.
Para evitar reincidir, mortificou a carne com jejuns e subidas e descidas de montes, em uma espécie de cooper -para cansar mesmo.
Participou de "campanhas de libertação" todas as quartas-feiras, incluindo rituais de quebra de maldição e cura interior. Por fim, submeteu-se a sessões de "regressão ao útero materno", nos moldes preconizados no início do século 20 pelo terapeuta Otto Rank (1884-1939). "Não deu certo", ela diz.
Chamada para pregar em Boston, nos EUA, bastou encontrar os olhos claros da mineira Rosania para todo o "trabalho" naufragar. Rosania também se apaixonou.
Elas pediram ajuda aos pastores, oraram muito para evitar. Ficaram quase um ano sem se ver. Mas não deu.
Depois de um acidente de carro que lhe deslocou da bacia o fêmur direito, esmagou-lhe o pulmão, causou trauma cardíaco, fratura em quatro costelas e dilaceração do fígado -hoje, uma grossa cicatriz de 0,6 metro de comprimento cruza todo o tronco de Lanna-, as duas resolveram, enfim, viver juntas.
Sobre os pastores que as acusam de criarem um lugar de culto a Satanás, uma filial de Sodoma e Gomorra, as duas líderes religiosas dizem apenas: "A nossa igreja é de Cristo, não é de lésbicas ou gays. Mas queremos deixar claro que somos um refúgio, acolhemos todos os machucados e feridos, todos os que foram escorraçados pela intolerância".
No primeiro dia, a nova igreja juntou 300 pessoas.

COMUNIDADE CIDADE DE REFÚGIO
ONDE
 Avenida São João, 1.600, Santa Cecília
QUANDO Quartas, sextas e sábados, às 20h. Domingo, às 18h

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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Gangues de PMs comandam ataques a caixas, diz polícia

As quatro quadrilhas têm cerca de cem integrantes, sendo 26 deles policiais

"Prisões são só a ponta do iceberg", diz policial; série de ataques já provocou nove mortes, sendo três de inocentes

Edson Silva/Folhapress
Caixas eletrônicos atingidos por explosivos no interior 

DE SÃO PAULO

Quatro quadrilhas integradas por policiais militares comandam a onda de ataques a caixas eletrônicos iniciada desde o início do ano no Estado de São Paulo.
Segundo a Polícia Civil, as gangues de PMs são responsáveis pela maior parte dos 77 assaltos a caixas -muitos com o uso de explosivos.
Entre a noite de segunda e a madrugada de ontem, oito caixas eletrônicos foram alvo de criminosos -em um dos casos, um mercadinho em Osasco (Grande SP) foi totalmente destruído.
Na cidade de Patrocínio Paulista, uma quadrilha foi perseguida pela polícia e três suspeitos foram mortos.
Cada caixa tem, em média, de R$ 70 mil a R$ 100 mil. Os ataques ocorrem em áreas onde as quadrilhas conseguem informações privilegiadas sobre o policiamento.
Os criminosos recebiam detalhes sobre os locais e horários onde os carros da polícia iriam passar.
As quatro gangues, diz a polícia, reúnem cerca de cem criminosos, sendo 26 PMs. Somente entre sábado e ontem, oito deles foram presos.
Todos os PMs suspeitos são monitorados atualmente pelo Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado), da Polícia Civil.
"Essas prisões são a ponta do iceberg. O esquema é enorme, envolve mais de cem pessoas. São quatro quadrilhas interligadas", disse o diretor do Deic, Nelson Silveira Guimarães.
Dois dos sete presos ontem foram apontados como principais aliciadores de PMs: André Luiz Gejuíba Leite e João Paulo Victorino de Oliveira, 31, PM do Batalhão de Trânsito. A reportagem não teve acesso aos advogados deles.
Em dezembro de 2010, 14 PMs da região de Itaquaquecetuba (Grande São Paulo), foram presos também sob suspeita de roubar caixas.

MORTES
Até ontem, morreram seis suspeitos dos ataques e três inocentes -estes últimos atingidos por balas perdidas.
O pamonheiro Geraldo Magela Lourenço, 37, foi morto por PMs no dia 26 de abril, quando uma quadrilha tentava atacar os caixas eletrônicos do Ipê Clube, ao lado do parque Ibirapuera. Ele foi confundido com um ladrão.
Em 15 de abril, um menino de sete anos foi morto com um tiro de fuzil quando ladrões tentaram roubar seguranças que abasteciam um caixa eletrônico no Grajaú (zona sul de SP). Um dia antes, ladrões atacaram dois caixas na Saúde. Ao fugir, atiraram contra um PM.
(GIBA BERGAMIM JR., ANDRÉ MONTEIRO e ANDRÉ CARAMANTE) 


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