Novo presidente quer popularizar atividades da APL Meta de Antonio Penteado Mendonça é abrir as portas da Academia Paulista de Letras para a sociedade de SPGestão eleita pretende implantar concurso de redação nas escolas públicas e digitalizar o acervo da instituição MARCO RODRIGO ALMEIDA
DE SÃO PAULO Uma cerimônia curta, de discursos breves e muita música, marcou a posse de Antonio Penteado Mendonça na presidência da APL (Academia Paulista de Letras), na noite da última quinta.
O tom mais despojado do evento, realizado na sede da academia, no largo do Arouche, é o mesmo que Mendonça pretende imprimir à sua gestão.
"Nós queremos popularizar a Academia, abrir as portas da APL para a sociedade. A Academia era um clubinho fechado, mas nós estamos no século 21, não no século 19."
O novo presidente foi eleito em dezembro de 2010. Ele ocupará o lugar do desembargador José Renato Nalini, que, na nova gestão, assume o cargo de secretário-geral.
Nos últimos quatro anos, Mendonça já havia sido primeiro-secretário durante o mandato de Nalini.
A continuidade na direção da APL não se resume à equipe. Mendonça afirma que a nova presidência será um prosseguimento natural da anterior.
"Vamos incrementar políticas de interação, com a realização de cursos, videoconferências e palestras em escolas públicas", diz ele.
Os estudantes da rede pública do Estado são o foco da Academia. Ainda neste ano, um concurso de crônica, conto e poesia deve envolver cerca de 150 mil alunos.
Outra meta é digitalizar o acervo de 100 mil livros da biblioteca da APL. Mendonça está em negociação com universidades privadas interessadas em financiar o projeto.
Embora represente o grupo majoritário da APL, a tendência "popular" não é unânime entre os acadêmicos.
"Essa abertura é apenas um factoide. A APL sempre esteve ligada à sociedade", diz o poeta Mário Chamie.
"Acontece que antes havia produção relevante de interesse geral. Agora, quando a maioria dos acadêmicos não tem uma sólida formação literária, fica difícil ter algo para divulgar", fala o poeta.