Retirada irregular no Vale do Paraíba equivale à área de 300 estádios em trecho que deveria ficar intacto, mostra estudo Além de desmatar uma região, mineradorasnão recuperam as áreas não mais usadas,como deveriam fazer
Foto aérea mostra escavação de areia nas margens do rio Paraíba do Sul; atividade irregular está desmatando áreas EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO A extração de areia nas margens do rio Paraíba do Sul, no Vale do Paraíba, invadiu áreas de mata atlântica, que deveriam ficar intactas.
Estudo do governo do Estado mostra que de cada quatro empresas que operam na região uma está em desconformidade com o zoneamento ambiental de 1999.
"Analisamos 159 empreendimentos. Deste total, 41 estão agindo fora da área de mineração", afirma Casemiro Tércio Carvalho, que organizou o estudo pela Secretaria do Meio Ambiente.
"Quem ainda não recebeu a autuação do Ministério Público Estadual deverá receber", afirma Carvalho.
A extração de areia irregular, indica o levantamento governamental, destruiu o equivalente a 300 campos de futebol em seis cidades (Jacareí, São José dos Campos, Caçapava, Taubaté, Tremembé e Pindamonhangaba).
A área representa menos de 5% do total destinado à mineração de areia no Vale. A atividade existe na região há mais de 50 anos.
Hoje, a principal forma de extração da areia consiste em fazer enormes buracos, alguns com mais de 15 metros de profundidade, na várzea do rio. A areia é retirada das cavas por meio de dragas.
De acordo com especialistas e o próprio governo, o impacto da mineração de areia não se resume ao desmatamento de uma região.
Outra crítica feita ao setor é que as áreas não mais usadas para a extração de areia costumam ficar totalmente abandonadas, em vez de serem recuperadas.
Como as lagoas ficam cheias de água e elas costumam se comunicar com o rio pelo subsolo, como vasos comunicantes, a poluição das cavas, que pode ocorrer por causa do óleo usado nas máquinas, por exemplo, vai também chegar ao rio.
De acordo com o governo existem no Vale do Paraíba quatro tipos de áreas, definidas pelo zoneamento: a zona de mineração propriamente dita, a zona de recuperação e as zonas de conservação de várzea e de proteção.
As irregularidades flagradas pelo satélite e pelo helicóptero usados no estudo ocorreram exatamente nas duas últimas categorias.
Juca Varella/Folhapress |
DE SÃO PAULO A extração de areia nas margens do rio Paraíba do Sul, no Vale do Paraíba, invadiu áreas de mata atlântica, que deveriam ficar intactas.
Estudo do governo do Estado mostra que de cada quatro empresas que operam na região uma está em desconformidade com o zoneamento ambiental de 1999.
"Analisamos 159 empreendimentos. Deste total, 41 estão agindo fora da área de mineração", afirma Casemiro Tércio Carvalho, que organizou o estudo pela Secretaria do Meio Ambiente.
"Quem ainda não recebeu a autuação do Ministério Público Estadual deverá receber", afirma Carvalho.
A extração de areia irregular, indica o levantamento governamental, destruiu o equivalente a 300 campos de futebol em seis cidades (Jacareí, São José dos Campos, Caçapava, Taubaté, Tremembé e Pindamonhangaba).
A área representa menos de 5% do total destinado à mineração de areia no Vale. A atividade existe na região há mais de 50 anos.
Hoje, a principal forma de extração da areia consiste em fazer enormes buracos, alguns com mais de 15 metros de profundidade, na várzea do rio. A areia é retirada das cavas por meio de dragas.
De acordo com especialistas e o próprio governo, o impacto da mineração de areia não se resume ao desmatamento de uma região.
Outra crítica feita ao setor é que as áreas não mais usadas para a extração de areia costumam ficar totalmente abandonadas, em vez de serem recuperadas.
Como as lagoas ficam cheias de água e elas costumam se comunicar com o rio pelo subsolo, como vasos comunicantes, a poluição das cavas, que pode ocorrer por causa do óleo usado nas máquinas, por exemplo, vai também chegar ao rio.
De acordo com o governo existem no Vale do Paraíba quatro tipos de áreas, definidas pelo zoneamento: a zona de mineração propriamente dita, a zona de recuperação e as zonas de conservação de várzea e de proteção.
As irregularidades flagradas pelo satélite e pelo helicóptero usados no estudo ocorreram exatamente nas duas últimas categorias.