quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Não! Em adolescente eu lia “A Carne”, do Júlio Ribeiro, da biblioteca de um tio, enquanto me masturbava trepado em uma jabuticabeira da fazenda.

Bivar: Gostei de entrevistar, durante vários dias, a Cassandra Rios. Foi para a revista feminina “Nova”, em 80, mas acabou não saindo, porque os editores acharam que eu só colocava a Cassandra para cima. A Cassandra escrevia bem. Li quase todos os livros dela antes de fazer a entrevista. Ela também morava no centro, na rua Cesário Motta Jr., num apartamento pequeno como uma casa de bonecas. Mas sempre escondia o lado gay e dissimulava, apesar de estar sempre em companhia de uma moça chamada Vera.

Quem também gostava de ler as coisas dela era o Jorge Amado. Outro que gostava era o autor do livro “Como Era Verde o Meu Vale”, o galês Richard Llewellyn, que morou no sul do Brasil e foi publicado pela editora Globo. Esse livro foi comprado pela Metro, que filmou com direção de John Ford, em 1941. Na infância eu adorava o filme, que citei num título de um livro: “Verdes Vales do Fim do Mundo”.

Mas, voltando à Cassandra, eu dirigi o show “Drama” da Maria Bethânia, em 73. A Bethânia adorava a Cassandra, que estava na lista de convidados da estréia do espetáculo em São Paulo. A escritora chegou com um pacote de suas novas edições, todas best sellers, e a Bethânia, que quando era adolescente lia escondido os seus livros na Bahia, ficou felicíssima.

Nós também líamos a Cassandra escondido…

Bivar: Não! Em adolescente eu lia “A Carne”, do Júlio Ribeiro, da biblioteca de um tio, enquanto me masturbava trepado em uma jabuticabeira da fazenda.

Posted via email from franciscoripo

AMIGOS...