"Depois dos gays, homofóbicos saíram do armário" VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE SÃO PAULO Liderança do movimento gay no Brasil, Toni Reis, presidente da ABGLT,
associação que congrega os principais grupos de defesa dos
homossexuais, vê as agressões na avenida Paulista de uma outra
perspectiva.
Depois dos gays e lésbicas, agora são os homofóbicos que saíram do
armário -e decidiram canalizar a intolerância contra homossexuais por
meio da violência física. Folha - Agressões a homossexuais têm aumentado?
Toni Reis - Convivemos com isso diariamente. Agora é que as pessoas
têm coragem de denunciar. As vítimas estão saindo do silêncio e têm
menos medo. A que atribui essa violência?
A diferença agora é que os homofóbicos saíram do armário. Depois das
eleições deste ano vimos uma onda de preconceito contra gays,
nordestinos e negros. Mas a aversão a homossexuais sempre existiu.
Até a década de 90 éramos tratados como doentes. Depois, ficou
politicamente incorreto falar mal da homossexualidade, mas a questão
do pecado, da doença, do fora da lei ficou enrustida. As pessoas se
animaram a falar dos seus preconceitos e exercê-los. As discussões do
casamento gay e da criminalização da homofobia contribuíram com esse
preconceito. O que pode ser feito?
Espero que essas imagens consigam sensibilizar as autoridades para a
criminalização da homofobia. Falta punição aos agressores?
As pessoas acham que a homofobia é normal, que é briga de adolescente. Por que a avenida Paulista, simbólica com a parada gay?
É a avenida mais movimentada do Brasil e possivelmente a mais filmada,
mas essa violência ocorre em todos os becos do país. A Paulista tem
mais visibilidade e vira notícia mais facilmente.
DE SÃO PAULO Liderança do movimento gay no Brasil, Toni Reis, presidente da ABGLT,
associação que congrega os principais grupos de defesa dos
homossexuais, vê as agressões na avenida Paulista de uma outra
perspectiva.
Depois dos gays e lésbicas, agora são os homofóbicos que saíram do
armário -e decidiram canalizar a intolerância contra homossexuais por
meio da violência física. Folha - Agressões a homossexuais têm aumentado?
Toni Reis - Convivemos com isso diariamente. Agora é que as pessoas
têm coragem de denunciar. As vítimas estão saindo do silêncio e têm
menos medo. A que atribui essa violência?
A diferença agora é que os homofóbicos saíram do armário. Depois das
eleições deste ano vimos uma onda de preconceito contra gays,
nordestinos e negros. Mas a aversão a homossexuais sempre existiu.
Até a década de 90 éramos tratados como doentes. Depois, ficou
politicamente incorreto falar mal da homossexualidade, mas a questão
do pecado, da doença, do fora da lei ficou enrustida. As pessoas se
animaram a falar dos seus preconceitos e exercê-los. As discussões do
casamento gay e da criminalização da homofobia contribuíram com esse
preconceito. O que pode ser feito?
Espero que essas imagens consigam sensibilizar as autoridades para a
criminalização da homofobia. Falta punição aos agressores?
As pessoas acham que a homofobia é normal, que é briga de adolescente. Por que a avenida Paulista, simbólica com a parada gay?
É a avenida mais movimentada do Brasil e possivelmente a mais filmada,
mas essa violência ocorre em todos os becos do país. A Paulista tem
mais visibilidade e vira notícia mais facilmente.