sexta-feira, 30 de abril de 2010
X SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE FILOSOFIA NIETZSCHE / DELEUZE: NATUREZA / CULTURA
MAIO TEMPO TRÁGICO
Preconceito e Política na Construção da Memória do 13 de Maio
Profa. Dra. Anna Gicelle Garcia Alaniz
Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)
CENTRO DE CULTURA SOCIAL
Preconceito e Política na Construção da Memória do 13 de Maio
Profa. Dra. Anna Gicelle Garcia Alaniz
Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)
quinta-feira, 29 de abril de 2010
TV Cultura e da Rádio Cultura
Da TV, aparecem conteúdos dos programas "Ensaio", "Metrópolis" e "Viola, Minha Viola". Do rádio, "SuperTônica", "TodaMúsica" e outros, o endereço:
quarta-feira, 28 de abril de 2010
MAIO TEMPO TRAGICO
Preconceito e Política na Construção da Memória do 13 de Maio
Profa. Dra. Anna Gicelle Garcia Alaniz
Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)
segunda-feira, 26 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
MAIO TEMPO TRAGICO
Centro de Cultura Social
(des)encontros anárquicos de literatura
A literatura só vale a pena como experiência que faz o pensamento pensar como atividade digestiva: modificando e afetando singularmente os corpos. Os (des)encontros anárquicos de literatura pretendem ser experiências de pensamento, alimento para aplacar a sofreguidão de palavras. Leia o livro e traga uma bebida.15/05, sábado as 20h:
“Lavoura Arcaica” de Raduan Nassar.
"Esta novela trágica, merecidamente premiada e lida em todo o mundo, tráz a marca indiscutivelmente sublime de Raduan Nassar narrar a história da vida, as amarguras, os anseios e as dúvidas que habitam as almas em seus recantos mais escuros, guardados em segredo pela ética e moral que o personagem André, de Lavoura Arcaica, questiona do começo ao fim do livro. São cem páginas para serem lidas sem respirar, não procure parágrafo nem muitos pontos finais, pois André está no fim da linha de seus pensamentos, no meio do nada, no meio do mato, em meio a angustiante e complexo amor."
Centro de Cultura Social
Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)
sexta-feira, 23 de abril de 2010
MAIO TEMPO TRÁGICO
As Oficinas Libertárias do Centro de Cultura Social
Iniciadas em 2008, as oficinas libertárias do CCS promovem uma outra modalidade de saber que se pretende distinto da aula ou da palestra. Sua dinâmica está mais concernida com o grupo de estudos que traz a marca do autodidatismo. Mas isto não basta. Oficina é um lugar onde se elabora, se fabrica, constrói ou conserta coisas que não são simplesmente nem da ordem da lógica nem do conceito, mas que indicam uma habilidade, uma aptidão ou astúcia, um saber-fazer. Na oficina o saber não se pretende causal, mas se quer relacional na medida em que propõe efetuar-se materialmente produzindo uma transformação em seu interlocutor. O saber, seja ele a física do globo ou os fenômenos da consciência, só interessam para a oficina se relacionados à transformação do sujeito, como saberes ético-políticos.
O “método” praticado pela oficina porta duas dimensões importantes: 1. o diálogo. Na oficina não há professor, cada um é ator e espectador no teatro do saber. Por isso as oficinas serão quanto possível dialógicas. Espera-se que o diálogo possa fazer valer a vontade de saber individual, permitindo quebrar as hierarquias instauradas pela ordem do saber. Como é próprio das oficinas, cada um é portador de capacidades e saberes desiguais. Ao contrário de instaurar uma relação hierárquica, a desigualdade deve dar lugar a relações igualitárias diferenciadas. 2. o prazer. As oficinas funcionam como grupo, associação, ou comunidade de estudo. A Academia de Atenas era famosa não somente pelo estudo da filosofia, mas por incitar um estilo de vida filosófico; o jardim de Epicuro se dedicava à filosofia e ao cultivo de hortaliças. A oficina se propõe como grupo de convivência libertária para fazer do processo de conhecimento uma atividade prazerosa, um hedonismo do saber.
As Oficinas Libertárias do Centro de Cultura Social estão abertas a todos que desejem compartilhar das práticas acima descritas.
Oficina Libertária 2010:
“Foucault e o anarquismo”
Coordenação de Nildo Avelino*
O objetivo da oficina é propor um estudo sobre as relações entre a reflexão política e filosófica de Michel Foucault e o pensamento anarquista de Pierre-Joseph Proudhon e Errico Malatesta.
A pertiência em estudar “Focault e o anarquismo” está no fato de que, desde os anos 1990, tornara-se evidente que os efeitos na política e na filosofia produzidos pela crítica foucaultiana do Sujeito e do Poder afetaram enormemente não apenas as Ciências Humanas, mas também, e de uma maneira extraordinária, os modos através dos quais eram percebidas as tradições políticas liberal, marxista e anarquista. A força inovativa do “efeito Foucault” em relação anarquismo pode ser vista pelos trabalhos de Todd May e Salvo Vaccaro, que constituem o início do que se tornou em nossos dias um vasto campo discursivo sobre um problema importante no debate anarquista: o chamado pós-anarquismo ou neo-anarquismo.
Todavia, apenas recentemente nota-se um empenho, sobretudo na Europa, em compreender complexivamente o alcance e os desdobramentos que resultam dessa problemática para o anarquismo. E é com este intuito que se lança mais esta oficina libertária: “Foucault e o anarquismo” busca apreender do que é capaz a interseção de potências do pensar libertário.
Programa:
I) 14/04, quarta-feira as 19h:
Apresentação:
uma cartografia da problemática “Foucault e o anarquismo”
Indicações para leitura:
BEY, Hakim. “Anarquia do Pós-Anarquismo”. Disponível em: http://pt-br.protopia.wikia.com/wiki/Anarquia_do_Pós-Anarquismo.
MAY, Todd. “Pós-estruturalismo e anarquismo”. Margem, São Paulo, nº 5, 1996, p. 171-185.
VACCARO, S. “Foucault e o anarquismo”. Margem, São Paulo, nº 5, 1996. p. 158-170.
II) 12/05, quarta-feira as 19h:
Proudhon e Foucault, por uma “filosofia relacional”**
III) 26/05, quarta-feira as 19h:
Errico Malatesta e Michel Foucault sobre o fascismo**
IV) 16/06, quarta-feira as 19h:
“Anarquismo e governamentalidade” ou uma concepção analítica do poder**
V) 26/06, sábado as 16h:
“Anarqueologia dos saberes”: apresentação e lançamento do livro Do governo dos vivos. Curso no Collège de France, 1979-1980 (excertos), de Michel Foucault (Editora Achiamé, Rio de Janeiro, trad. de Nildo Avelino).
(*) Nildo Avelino é Doutor em Ciência Política pela PUC-SP e Pós-Doutorando em História Política pelo IFCH/UNICAMP. É pesquisador na área de Teoria Política sobre os temas: anarquismo, governamentalidade, anarqueologia. Participou, em setembro de 2009, do seminário internacional “Anarchismo, post-anarchismo e nuovi movimenti antiautoritari nella società contemporanea” realizado em Pisa pela Biblioteca Franco Serantini no âmbito da XIV Conférence Internationale della Fédération Internationale des Centres d'Études et de Documentation Libertaires (FICEDL). É militante do CCS desde 1991.
(**) as indicações de leitura serão fornecidas na 1ª sessão.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
MAIO TEMPO TRÁGICO
CENTRO DE CULTURA SOCIAL
Apresentação. Em maio de 1988 ocorreram no Brasil diversos congressos e colóquios visando um balanço historiográfico sobre os temas ligados ao estudo da escravidão, da transição para o trabalho livre, do preconceito e da memória sobre a resistência escrava. Era o momento florescente de uma nova matriz historiográfica, derivada dos estudos de Edward P. Thompson, representada pelos historiadores oriundos da Universidade Estadual de Campinas e pelos historiadores da “brecha camponesa”, inspirados nos trabalhos de Ciro Flammarion Cardoso. Estes trabalhos redimensionaram as discussões e ofereceram um panorama totalmente novo para quem quisesse aprofundar-se nos meandros da história da escravidão nas Américas. Nos anos que se seguiram, historiadores brasileiros, estadunidenses, africanos e caribenhos produziram algumas das mais importantes e instigantes obras sobre escravidão, tráfico, família escrava, abolicionismo, resistência e, também a discussão desses temas no contexto do colonialismo. No caso do Brasil, autores tradicionais como Gilberto Freyre, Caio Prado Jr., Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso e Otávio Ianni sofreram uma profunda revisão crítica e foram confrontados com novas evidências documentais. Ao final da década de 1990 já não se tratava mais de um debate, mas de toda uma renovação da perspectiva historiográfica. Isto ocorreu porque, com o fim da ditadura militar, houve nas universidades brasileiras um afluxo de pesquisadores retornando da Europa e trazendo em suas bagagens as mais recentes novidades em termos de teoria e historiografia. Autores como Carlo Ginzburg, Michel Foucault, Edward P. Thompson, Eric J. Hobsbawm, Christopher Hill e Robert Darnton, antes conhecidos de uma minoria seleta, passaram a integrar as bibliografias dos cursos de graduação e nortear os debates. A aproximação metodológica entre história e antropologia produziu resultados e um novo olhar sobre a documentação primária. Entretanto, esse debate vibrante e a nova produção decorrente, no que se refere à escravidão e seus temas correlatos, não conseguiu superar a barreira acadêmica e alcançar a sociedade. Duas décadas de resultados mal são perceptíveis no material didático disponível, que continua reproduzindo e ecoando Gilberto Freyre ou optando por uma atitude pretensamente crítica, mas que divulga uma nova série de preconceitos. Discutir a produção de material didático e paradidático e seu uso político por editoras e governos seria exaustivo e recorrente. Por outro lado, a memória que a sociedade compartilha sobre escravidão, abolicionismo e o papel do negro em sua própria história, segue duas vertentes que se originam na política e não no conhecimento documental. Por um lado há os defensores da democracia racial que se recusam a ver e discutir os efeitos perniciosos da escravidão em nossa sociedade, ignorando o racismo e deslocando a discussão do seu eixo principal; por outro lado temos os defensores da identidade e da raça negra, que se recusam a ver qualquer outro meio de resistência que não o confronto e menosprezam o papel da população branca nos quadros abolicionistas, provocando uma ruptura social contraproducente e desnecessária. Recuperar a discussão acadêmica e torná-la inteligível ao cidadão comum deveria ser a prioridade do historiador, uma vez que o conhecimento só faz sentido se for partilhado. Abrir os arquivos e os resultados das pesquisas ao debate público pode ajudar a matizar as posições mais extremistas e permitir uma visão mais coerente do contexto histórico. Assim, os problemas sociais decorrentes do período poderão ser abordados de maneira mais inteligente, sensata e livre de controvérsias vazias.
Centro de Cultura Social
Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)
MAIO TEMPO TRÁGICO
cinema & anarquia
16/05, domingo as 19h:
“Lavoura Arcaica” dir. de Luiz Fernando Carvalho (Brasil, 2001).
LINK:
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Maio Tempo Trágico
Oficina Libertária 2010
Proudhon e Foucault, por uma “filosofia relacional”
12/05, quarta-feira as 19hPalestraPRECONCEITO E POLÍTICA NA CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA DO 13 DE MAIO
15/05 - 15:00hs
Profa. Dra. Anna Gicelle Garcia Alaniz
Pesquisadora colaboradora do Centro de Memória Unicamp.
(des)encontros anárquicos de literatura
A literatura só vale a pena como experiência que faz o pensamento pensar como atividade digestiva: modificando e afetando singularmente os corpos. Os (des)encontros anárquicos de literatura pretendem ser experiências de pensamento, alimento para aplacar a sofreguidão de palavras. Leia o livro e traga uma bebida.15/05, sábado as 20h
“Lavoura Arcaica” de Raduan Nassar.cinema & anarquia
Experiência do tempo incessantemente renovado, o cinema faz ver o imperceptível num movimento que atualiza imagens de subversão e subversões da imagem. A proposta de Cinema & Anarquia é articular a imagem-movimento do cinema com o pensamento em movimento da literatura.16/05, domingo as 19h
“Lavoura Arcaica” dir. de Luiz Fernando Carvalho (Brasil, 2001).Assista: Margareth Rago, sobre as Estéticas da Existência
Centro de Cultura Social
Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)
(des)encontros anárquicos de literatura
15/05, sábado as 20h:
segunda-feira, 19 de abril de 2010
fotos do "Estrangeiro"
Maio "Novela trágica, (...) numa atmosfera bem brasileira, mas dominada por um sopro universal da tradição clássica mediterranea. Drama tenebroso, em estilo incisivo, nunca palavroso ou decorativo, da eterna luta entre a liberdade e a tradição, sob a égide do tempo. Livro impressionante, magistral."
sexta-feira, 16 de abril de 2010
BARBARA GANCIA "É o celibato, estúpido!"
São Paulo, sexta-feira, 16 de abril de 2010 - Folha de S.P.
A VIDA ENSINA que, quanto mais o sujeito tem raiva de homossexuais, mais enfiado deve estar seu pé no armário. E ensina também que de oportunistas o mundo está cheio. O caso de Roy Ashburn, senador republicano pela Califórnia, é emblemático.
Passou dois mandatos combatendo os direitos dos homossexuais e, em março, acabou detido por dirigir alcoolizado ao sair de uma boate gay com um garoto de programa. No seu pedido de demissão, admitiu que ser antigay era uma boa maneira de atrair o voto do eleitor.
Outro fato conhecido é o do pastor Ted Haggard, que pregava contra a homossexualidade para o público ultraconservador do meio-oeste americano até que um profissional do sexo cansou da hipocrisia e revelou publicamente que o pastor era seu cliente havia três anos.
Esses casos de "ódio funcional" remetem ao tititi da semana. O que eu gostaria de saber é se houve algum problema recente envolvendo homossexuais e pedofilia. Os gays fizeram alguma coisa errada? Creio que não, não é mesmo?
Então por que o número dois do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone resolveu declarar guerra aos gays? Já não bastava a CNBB ter voltado seus canhões contra a lei que criminaliza a homofobia no país, projeto que busca apenas valorizar o homossexual como cidadão?
Pouco importa se a Santa Sé depois tenha tentado abrandar as palavras do cardeal, que é o segundo na hierarquia da igreja. O estrago contra milhões de pessoas está feito.
Na tentativa desesperada de acobertar o que não consegue mais conter (no mês passado foram 15 mil ligações a uma linha telefônica para denúncias anônimas contra padres na Alemanha), a igreja empurrou o problema para a frente e tentou criar um vínculo na mente de seus fiéis entre homossexuais e um crime asqueroso. É de uma desonestidade de ajoelhar no milho.
Eu digo que já passou da hora de acabar com esse bullying da igreja. Poderíamos começar colocando os pingos nos is. Alô, cardeal Bertone! Palavras terminadas em "ismo" são as patologias. Que eu saiba, homossexualidade deixou de ser considerada como doença pela Organização Mundial da Saúde há mais de 20 anos, então não pode ser "homossexualismo". Já celibato é a supressão da sexualidade, isso sim, uma coisa de dar medo.
Aliás, eu gostaria de entender: como é que o Vaticano fala, ao mesmo tempo, em celibato e em "identidade sexual dos padres"? Não seria misturar as duas coisas o que acabou dando nessa confusão toda em que a igreja se meteu?
Dois dos mais conceituados intelectuais ateus do nosso tempo, Richard Dawkins e Christopher Hitchens, afirmaram nesta semana que estão estudando uma maneira legal de pedir a prisão do papa Bento 16 por crimes contra a humanidade assim que ele pisar na Inglaterra, em visita oficial, em setembro.
Na visão deles, o papa teria acobertado casos de pedofilia quando cardeal, deve ser julgado como cúmplice e não tem imunidade diplomática, já que o Vaticano não é um estado representado na ONU.
Parece extremo? Bem, do ponto de vista das centenas de milhares de vítimas de estupro praticado por padres ou aos olhos dos homossexuais que, para a igreja, não passam de aberrações, nem tanto... barbara@uol.com.br Twitter: @barbaragancia
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Michel Foucault (tradução de Nildo Avelino)
Michel Foucault (tradução de Nildo Avelino)"Nenhum poder existe por si! Nenhum poder, qualquer que seja, é evidente ou inevitável! Qualquer poder, consequentemente, não merece ser aceito no jogo! Não existe legitimidade intrínseca do poder! E a partir dessa posição, a démarche consiste em perguntar-se o que é feito do sujeito e das relações de conhecimento no momento em que nenhum poder é fundado no direito nem na necessidade; no momento em que qualquer poder jamais repousa a não ser sobre a contingência e a fragilidade de uma história; no momento em que o contrato social é um blefe e a sociedade civil um conto para crianças; no momento em que não existe nenhum direito universal, imediato e evidente que possa, em todo lugar e sempre, sustentar uma relação de poder qualquer que ela seja. Vocês vêem, portanto, que entre isso que se chama, grosso modo, a anarquia, o anarquismo e o método que eu emprego é certo que existe qualquer coisa como uma relação." Leia mais: Michel Foucault, "Do governo dos vivos".
domingo, 11 de abril de 2010
CENTRO DE CULTURA SOCIAL
Centro de Cultura Social
um encontro com:
oficina
14/04, quarta-feira as 19h
Albert Camus, “O Estrangeiro”
(des)encontros anárquicos de literatura
Leia o livro e traga uma bebida.
17/04, sábado as 20h
“O estrangeiro” dir. de Luchino Visconti (Itália, 1967)
cinema & anarquia
18/04, domingo as 19h
Centro de Cultura Social
Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)
ABRIL DESPEDAÇADO
Talvez tenha sido ontem."
Centro de Cultura Social
um encontro com:
oficina
14/04, quarta-feira as 19h
Albert Camus, “O Estrangeiro”
(des)encontros anárquicos de literatura
Leia o livro e traga uma bebida.
17/04, sábado as 20h
“O estrangeiro” dir. de Luchino Visconti (Itália, 1967)
cinema & anarquia
18/04, domingo as 19h
Centro de Cultura Social
Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)
sexta-feira, 9 de abril de 2010
CENTRO DE CULTURA SOCIAL
PRECONCEITO E POLÍTICA NA CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA DO 13 DE MAIO
15/05 - 15:00hs
Em maio de 1988 ocorreram no Brasil diversos congressos e colóquios visando um balanço historiográfico sobre os temas ligados ao estudo da escravidão, da transição para o trabalho livre, do preconceito e da memória sobre a resistência escrava. Era o momento florescente de uma nova matriz historiográfica, derivada dos estudos de Edward P. Thompson, representada pelos historiadores oriundos da Universidade Estadual de Campinas e pelos historiadores da “brecha camponesa”, inspirados nos trabalhos de Ciro Flammarion Cardoso. Estes trabalhos redimensionaram as discussões e ofereceram um panorama totalmente novo para quem quisesse aprofundar-se nos meandros da história da escravidão nas Américas.
Nos anos que se seguiram, historiadores brasileiros, estadunidenses, africanos e caribenhos produziram algumas das mais importantes e instigantes obras sobre escravidão, tráfico, família escrava, abolicionismo, resistência e, também a discussão desses temas no contexto do colonialismo. No caso do Brasil, autores tradicionais como Gilberto Freyre, Caio Prado Jr., Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso e Otávio Ianni sofreram uma profunda revisão crítica e foram confrontados com novas evidências documentais. Ao final da década de 1990 já não se tratava mais de um debate, mas de toda uma renovação da perspectiva historiográfica.
Isto ocorreu porque, com o fim da ditadura militar, houve nas universidades brasileiras um afluxo de pesquisadores retornando da Europa e trazendo em suas bagagens as mais recentes novidades em termos de teoria e historiografia. Autores como Carlo Ginzburg, Michel Foucault, Edward P. Thompson, Eric J. Hobsbawm, Christopher Hill e Robert Darnton, antes conhecidos de uma minoria seleta, passaram a integrar as bibliografias dos cursos de graduação e nortear os debates. A aproximação metodológica entre história e antropologia produziu resultados e um novo olhar sobre a documentação primária.
Entretanto, esse debate vibrante e a nova produção decorrente, no que se refere à escravidão e seus temas correlatos, não conseguiu superar a barreira acadêmica e alcançar a sociedade. Duas décadas de resultados mal são perceptíveis no material didático disponível, que continua reproduzindo e ecoando Gilberto Freyre ou optando por uma atitude pretensamente crítica, mas que divulga uma nova série de preconceitos. Discutir a produção de material didático e paradidático e seu uso político por editoras e governos seria exaustivo e recorrente.
Por outro lado, a memória que a sociedade compartilha sobre escravidão, abolicionismo e o papel do negro em sua própria história, segue duas vertentes que se originam na política e não no conhecimento documental. Por um lado há os defensores da democracia racial que se recusam a ver e discutir os efeitos perniciosos da escravidão em nossa sociedade, ignorando o racismo e deslocando a discussão do seu eixo principal; por outro lado temos os defensores da identidade e da raça negra, que se recusam a ver qualquer outro meio de resistência que não o confronto e menosprezam o papel da população branca nos quadros abolicionistas, provocando uma ruptura social contraproducente e desnecessária.
Recuperar a discussão acadêmica e torná-la inteligível ao cidadão comum deveria ser a prioridade do historiador, uma vez que o conhecimento só faz sentido se for partilhado. Abrir os arquivos e os resultados das pesquisas ao debate público pode ajudar a matizar as posições mais extremistas e permitir uma visão mais coerente do contexto histórico. Assim, os problemas sociais decorrentes do período poderão ser abordados de maneira mais inteligente, sensata e livre de controvérsias vazias.
Só ao Estado interessa que passemos nosso tempo cultivando culpas e rancores ao invés de nos unimos para melhorar nossas vidas.
Profa. Dra. Anna Gicelle Garcia Alaniz
Pesquisadora colaboradora do Centro de Memória Unicamp.
Data para palestra/seminário: 15/05 - 15:00hs
Centro de Cultura Social
Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)
ABRIL DESPEDAÇADO
oficina
14/04, quarta-feira as 19h
Albert Camus, “O Estrangeiro”
(des)encontros anárquicos de literatura
Leia o livro e traga uma bebida.
17/04, sábado as 20h
“O estrangeiro” dir. de Luchino Visconti (Itália, 1967)
cinema & anarquia
18/04, domingo as 19h
Centro de Cultura Social
Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque (metrô República)
quarta-feira, 7 de abril de 2010
terça-feira, 6 de abril de 2010
CINEMULHER
Cinemulher
Relembrando: as exibições acontecem todo segundo sábado do mês na sede do Centro Cineclubista de São Paulo às 18:30 h.
Rua Augusta, 1239 - cj. 13/14.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
domingo, 4 de abril de 2010
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Oficina Libertária 2010
um encontro com:
“Foucault e o anarquismo”
As Oficinas Libertárias do Centro de Cultura Social
Iniciadas em 2008, as oficinas libertárias do CCS promovem uma outra modalidade de saber que se pretende distinto da aula ou da palestra. Sua dinâmica está mais concernida com o grupo de estudos que traz a marca do autodidatismo. Mas isto não é tudo. Oficina é um lugar onde se elabora, se fabrica, constrói ou conserta coisas que não são simplesmente nem da ordem da lógica nem do conceito, mas que indicam uma habilidade, uma aptidão ou astúcia, um saber-fazer. Na oficina o saber não se pretende causal, mas se quer relacional na medida em que propõe efetuar-se materialmente produzindo uma transformação em seu interlocutor. O saber, seja ele a física do globo ou os fenômenos da consciência, só interessam para a oficina se relacionados à transformação do sujeito, como saberes ético-políticos.
O “método” praticado pela oficina porta duas dimensões importantes: 1. o diálogo. Na oficina não há professor, cada um é ator e espectador no teatro do saber. Por isso as oficinas serão quanto possível dialógicas. Espera-se que o diálogo possa fazer valer a vontade de saber individual, permitindo quebrar as hierarquias instauradas pela ordem do saber. Como é próprio das oficinas, cada um é portador de capacidades e saberes desiguais. Ao contrário de instaurar uma relação hierárquica, a desigualdade deve dar lugar a relações igualitárias diferenciadas. 2. o prazer. As oficinas funcionam como grupo, associação, ou comunidade de estudo. A Academia de Atenas era famosa não somente pelo estudo da filosofia, mas por incitar um estilo de vida filosófico; o jardim de Epicuro se dedicava à filosofia e ao cultivo de hortaliças. A oficina se propõe como grupo de convivência libertária para fazer do processo de conhecimento uma atividade prazerosa, um hedonismo do saber.
As Oficinas Libertárias do Centro de Cultura Social estão abertas a todos que desejem compartilhar das práticas acima descritas.
Oficina Libertária 2010:
“Foucault e o anarquismo”
Coordenação de Nildo Avelino*
O objetivo da oficina é propor um estudo sobre as relações entre a reflexão política e filosófica de Michel Foucault e o pensamento anarquista de Pierre-Joseph Proudhon e Errico Malatesta.
A pertinência em estudar “Focault e o anarquismo” está no fato de que, desde os anos 1990, tornara-se evidente que os efeitos na política e na filosofia produzidos pela crítica foucaultiana do Sujeito e do Poder afetaram enormemente não apenas as Ciências Humanas, mas também, e de uma maneira extraordinária, os modos através dos quais eram percebidas as tradições políticas liberal, marxista e anarquista. A força inovadora do “efeito Foucault” em relação anarquismo pode ser vista pelos trabalhos de Todd May e Salvo Vaccaro, que constituem o início do que se tornou em nossos dias um vasto campo discursivo sobre um problema importante no debate anarquista: o chamado pós-anarquismo ou neo-anarquismo.
Todavia, apenas recentemente nota-se um empenho, sobretudo na Europa, em compreender complexivamente o alcance e os desdobramentos que resultam dessa problemática para o anarquismo. E é com este intuito que se lança mais esta oficina libertária: “Foucault e o anarquismo” busca apreender a força inovadora desta interseção de potências no pensar libertário.
Proposta de estudos:
I) 14/04, quarta-feira as 19h:
Apresentação:
uma cartografia da problemática “Foucault e o anarquismo”
Indicações para leitura:
BEY, Hakim. “Anarquia do Pós-Anarquismo”. Disponível em: http://pt-br.protopia.wikia.com/wiki/Anarquia_do_Pós-Anarquismo.
MAY, Todd. “Pós-estruturalismo e anarquismo”. Margem, São Paulo, nº 5, 1996, p. 171-185.
VACCARO, Salvo. “Foucault e o anarquismo”. Margem, São Paulo, nº 5, 1996. p. 158-170.
II) 05/05, quarta-feira as 19h:
Proudhon e Foucault, por uma “filosofia relacional”**
III) 26/05, quarta-feira as 19h:
Errico Malatesta e Michel Foucault sobre o fascismo**
IV) 16/06, quarta-feira as 19h:
“Anarquismo e governamentalidade” ou uma concepção analítica do poder**
V) 26/06, sábado as 16h:
“Anarqueologia dos saberes”: apresentação e lançamento do livro Do governo dos vivos. Curso no Collège de France, 1979-1980 (excertos), de Michel Foucault (Editora Achiamé, Rio de Janeiro, trad. de Nildo Avelino).
(*) Nildo Avelino é Doutor em Ciência Política pela PUC-SP e Pós-Doutorando em História Política pelo IFCH/UNICAMP. É pesquisador na área de Teoria Política sobre os temas: anarquismo, governamentalidade, anarqueologia. Participou, em setembro de 2009, do seminário internacional “Anarchismo, post-anarchismo e nuovi movimenti antiautoritari nella società contemporanea” realizado em Pisa pela Biblioteca Franco Serantini no âmbito da XIV Conférence Internationale della Fédération Internationale des Centres d'Études et de Documentation Libertaires (FICEDL), bem como do workshop “Anarchism” coordenado por Ruth Kinna durante a 6th Annual Conference in Political Theory da Manchester Metropolitan University. É militante do CCS desde 1991.
(**) as indicações de leitura serão fornecidas na 1ª sessão.
Centro de Cultura Social
Rua Gal. Jardim nº 253 – sala 22 – Vila Buarque